Ainda Nelson Mandela jazia nas masmorras de Robbe Island, alguém na Cidade do Cabo me contou uma noite, entre dois copos e em surdina, uma curiosa anedota. O senhor Larson, um cidadão dinamarquês, céptico acerca de toda a informação veiculada no seu país sobre o "apartheid", resolveu apanhar o avião e voar até à "capeton" e apreciar "in loco" toda a verdade desse tenebroso sistema.
Certa noite resolveu assistir a uma sessão de cinema e quando pretendeu adquirir o respectivo bilhete, embora desejasse um lugar mais acessível no preço, de modo a misturar-se com pessoas de mais modestos recursos e poder ter uma noção mais real da separação que desejava aferir, foi informado que naquele momento apenas havia bilhetes mais caros, correspondentes ao 1º balcão.
Naturalmente viu-se forçado a ocupar um lugar onde, ironicamente, apenas teve por companhia pessoas de raça branca. Iniciada a projecção do filme, a certa altura teve necessidade imperiosa de se deslocar à casa de banho, para atender a imposições fisiológicas. "Excuse me" para aqui e para acolá, viu-se no hall de acesso ao balcão e, não vendo quaisquer indicações do local que ardentemente desejava, abeirou-se de um empregado do cinema, devidamente fardado, que o informou que no balcão não havia casas de banho e que toda a gente satisfazia as suas necessidades das coxias do balcão sobre a plateia.
O homem, indignado, regressou ao seu lugar, disposto a aguentar até aos limites do insuportável. Mas a bexiga não lho permitiu e viu-se, inapelavelmente, na primeira fila, desabotoada a carcela, a fazer o seu "xi-xi" sobre a plateia, mudo e imóvel. Nisto levanta-se um negro da plateia e perguntou-lhe, o senhor não é de cá? O jacto urinário cessou milagrosamente, enquanto respondia que não e perguntava porquê. A resposta veio, célere, ah bom, pois, é que cá não se mija assim, direitinho e sempre para o mesmo sítio, as pessoa daí de cima vão dirigindo o "mijo" para a esquerda e para a direita, para a esquerda e para a direita, porque molha mais! O dinamarquês, alto, loiro e já esclarecido, subiu a coxia, passou pelo hall quase a correr e saiu para a noite, que tinha caído sobre a rua e lá foi, procurar uma árvore.
O nosso Primeiro Ministro é de cá. Não mija direitinho e sempre para o mesmo sítio, como um estrangeiro qualquer. Mija para a direita, para a esquerda, repete o movimento várias vezes, até descarregar completamente a bexiga e no fim, sacode muito bem sacudido, para não molhar a cueca. É que desse modo, molha mais ! Cada povo tem o "apartheid" que merece !!!...
E que ninguém pense que o nosso Primeiro Ministro terá descurado o facto de ter no seu Governo algumas mulheres. A pensar nelas ele teve o cuidado de distribuir a todas, o vídeo que a seguir vos deixo. Para a Maria Luís Albuquerque, não foi preciso. Ela há muito que usa o dispositivo!...
Até breve
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