sexta-feira, 24 de abril de 2015

Guardado estava o bocado...



Depois de fazer parte da exposição REVOLUÇÃO E REVOLUCIONÁRIOS, que há um ano o seu autor, o bem conhecido jornalista e pintor Marinho Neves, levou a efeito no Espaço Arte - Museu Municipal Carmen Miranda, sob o patrocínio da Câmara Municipal de Marco de Canavezes, este quadro de sugestivo e eloquente título,  O CRAVO NÃO É UM GUARDA-CHUVA, acabou por viajar para minha casa, onde a sua mensagem continuará a iluminar os dias que me couberem viver.

Longe estaria eu de imaginar há um ano, que uma parte significativa e hoje preponderante do Partido Socialista, se passasse de armas e bagagens da flamejante e progressista corola vermelha do CRAVO DE ABRIL, para o meio da cinzenta ralé política que há 40 anos vem fazendo do cravo um guarda chuva!...

É a conclusão a que chego, depois de ser tornada pública a disposição do Partido Socialista de acompanhar esta inenarrável direita que nos vem governando, no restabelecimento do "exame prévio", que os portugueses com memória continuarão a chamar de "censura", a todos os orgãos de comunicação social durante a próxima campanha para as legislativas.

Guardado estava o bocado...

Até breve

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A lâmpada que os deveria iluminar, está fundida!...


Com as medidas vindas a público, propostas pela equipa económica do PS, o cidadão comum terá encolhido os ombros e pensado que António Costa bem poderia ter encontrado melhor forma de quebrar a inércia palavrosa e recheada de evidências, com que há demasiado tempo vem premiando aqueles que ousaram ver nele a luzinha do fundo do túnel da indigência a que nos conduziu a corja que há quatro anos nos governa.

De facto, depois de sobreviver a quatro anos de servidão aos ditames de uma maioria política que em vez de governar para o Povo, dele se serviu, espezinhando-o e atirando-o para uma miserável indigência, no cumprimento de objectivos que apenas enganarão os tolos, o cidadão comum vê agora um grupo de iluminados economistas, com a benção do lider socialista, descobrir o "ovo de Colombo", quando ele ainda está no cu da galinha.

Depois dos terríveis sacrifícios que se viu obrigado a fazer, para que uma ténue e frágil consolidação orçamental fosse alcançada, o cidadão comum é confrontado agora com o propósito de um aumento significativo da despesa pública e um acentuado decréscimo da receita, apenas porque os iluminados economistas acreditam que tais medidas trarão a virtude do desejado crescimento económico. Lá está, contam com o ovo e ele no cu da galinha. Se mais uma vez falharem, por incompetência nas previsões, voltarão com as justificações habituais para o seu falhanço, campo onde sempre se revelaram competentíssimos. Estamos fartos deles e já não enganam ninguém. É que os aumentos de despesa e a redução da receita, serão certos e imediatos, já o crescimento...

Depois, o estímulo à procura interna, como consequência da descida de impostos e contribuições preconizadas, na esperança de um eventual mas sempre subjectivo e muito duvidoso crescimento económico, acabará por se reflectir num aumento de importações e na degradação das contas externas.

Finalmente, para acabar de "atar os molhos", os iluminados economistas do PS, sem que se conheça tal reinvindicação da parte empresarial, vem propor a redução da famigerada TSU, que apenas terá a virtude de colocar em causa a sustentabilidade da Segurança Social, fazendo-a depender de transferências orçamentais que não são explicadas, nem ninguém consegue compreender na difícil actual conjuntura. A menos que os iluminados acreditem que o restabelecimento do imposto sucessório para heranças de elevado montante, possa revelar-se fulcral para os orçamentos que hão-de vir. Como se esse não fosse o campo onde mais facilmente se contorna a lei.

Presumo que a equipa de economistas do PS, não se tenha apercebido que a lâmpada que pretensamente os estaria a iluminar, está fundida!...

Até breve

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Estará na hora do regresso a Belém da dignidade e do sentido de estado!...


"Há protocandidatos a Belém e há os presidenciáveis em sentido próprio. Estes são naturalmente mais raros do que aqueles. Os melhores fazem mesmo gáudio em não entrar na corrida prematura dos protocandidatos. O primeiro milho...

O presidenciável acima retratado (créditos fotográficos do Público) é um peso-pesado da vida política nacional e um "senador" indiscutível. Militante antifascista desde muito jovem, social-democrata desde sempre contra modas e marés, europeísta de todas as estações (sem deixar de ser atlantista), partidário indefectível da democracia parlamentar, sem derivas presidencialistas ou plebiscitárias, pessoalmente culto e sage, com experiência política duradoura e invejável, incluindo na cena internacional, Jaime Gama protagonizaria com distinção em Belém o papel de garante das instituições democráticas e da separação de poderes (e não de protocaudilho presidencialista), de árbitro isento (e não chefe de fação) e de poder moderador (e não de gerador de conflitos) que se espera do Presidente da República entre nós. Poucos têm as credenciais que ele pode exibir para essa função.

O problema é que para ser Presidente da República é preciso querer sê-lo e ser candidato à eleição. Quando Guterres se demitiu em 2001 Gama absteve-se de assumir a liderança do PS que lhe foi proposta. Poderá ser agora mais forte o apelo da liderança da República?"

Como cidadão e homem de esquerda que sou, aqui declaro sem ambiguidades o meu apoio inequívoco ao pensamento expresso por Vital Moreira.

O meu rotundo não a "protocaudilhos presidencialistas", a dissimulados ou ostensivos "chefes de facção", a anunciados ou potenciais "geradores de conflitos"! Já nos bastou uma longa década de mediocridade política!...

Estará na hora de vermos premiado o nosso sofrimento e a nossa profunda decepção, finalmente, com o regresso a Belém da dignidade e do sentido de estado!...

Até breve