terça-feira, 21 de agosto de 2012

Discurso do Presidente do Uruguai, José Pepe Mujica na Rio+20




Palavras para quê?!... Acho que vou emigrar para o Uruguai!... Metem-me nojo os políticos portugueses, com a "esfíngica figura" à frente de todos e, seguido de perto, em "passos" hipócritas, por uma corja de trapaceiros e malfeitores...

Até breve

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

"Quo vadis", Esquerda?!...


Um tema interessante e porventura de importância capital no futuro de todos nós, este que João Paulo aborda hoje no blogue Aventar e de que passo a reproduzir, com a devida vénia, um excerto que reflecte a matriz do seu pensamento e que há muito tempo, décadas talvez, partilho:
"... se nós, eleitores de esquerda, defendemos uma sociedade que é mais justa, mais solidária, mais equilibrada, etc, etc, etc, como é que estamos sempre a perder? Porque é que os eleitores não votam à esquerda?...", rematando depois "... Será que podemos também ganhar? Ou será que vamos perder sempre?...".
Há muito que tenho a profunda convicção de que, pelo caminho actual, muito dificilmente os que pensam esquerda, algum dia poderão vir a cantar vitória. O que de modo algum significará que estarão irremediavelmente condenados a perder sempre. Porque, a meu ver, residindo a razão fundamental que tem suportado as decepções do passado e destruído as pontes do futuro, numa simples e despretensiosa palavra, desencontro, bastará o prefixo desaparecer.
Há um desencontro total e completo entre as propostas que a esquerda há décadas teima em apresentar e bem assim, o modo subjectivo, hermético e carregado de naftalina ideológica com que o faz e a água pura e cristalinamente transparente, fresca e revigorante que o povo desejaria beber.
O povo está farto de ver invocado o seu nome, para que, subrepticiamente, lhe continuem a chamar estúpido. O povo está farto da exaltação de estereotipos ideológicos de que há muito lhe chegaram notícias de um ruir clamoroso e confrangedor. O povo está farto que lhe apresentem o que não quer, com roupagens novas e convidativas, ou escondido sob capotes carregados de bolor.
Sejamos claros e desmistificadores. Toda a cúpula dirigente do PCP, continua a pretender esconder a foice e o martelo, de braço dado com uns "Os Verdes" que todos sabem o que são e sob a capa das três letrinhas CDU, que farão sentido para os seus ideólogos, mas que para o povo jamais deixarão de constituir o rabo de fora do gato escondido. Isso é chamar estúpido ao povo de quem pretendem os votos. À cúpula dirigente do PCP, apenas resta um de dois caminhos: ou prossegue de forma autista com o passo trocado e verá a sua influência decrescer até ao ridículo, quando o velho bastião alentejano e os cada vez mais raros micro-cosmos espalhados pelo país, seguirem a lei inexorável da vida, ou aprende com o povo e luta ombro a ombro com ele e por ele, sem amarras ideológicas a um passado, que por muitas loas que lhe sejam cantadas, jaz para sempre entre teias de aranha.
A clareza e a desmistificação deverá necessariamente alargar-se ao BE, cujo "aggiornamento" provocou nas penúltimas eleições, uma onda de esperança generalizada e fortes pinceladas de vermelho no hemiciclo que nos representa, mas onde, aí precisamente, a prática política desbaratou completamente o capital antes acumulado, particularmente junto das novas gerações. O Bloco terá perdido a oportunidade histórica de ganhar a mais importante das batalhas, aquela que poderia catapultá-lo definitivamente para o poder: a da credibilidade! Terá conseguido fazer o mais difícil: chegar ao limiar do encontro com o povo. Mas depois, com tanta gente a querer ao mesmo tempo subir os degraus da escada para o poder, estes acabaram por ceder e todos tombaram no chão e perder a dita, a credibilidade ! Mas a oportunidade perdida, terá inviabilizado o futuro?!... Recomeçar nunca foi fácil, mas o sonho sempre comandará a vida. Se os erros servirem para alguma coisa... 
Claro que para terminar aqui, com clareza desmistificadora, o meu pensamento, também por aqui fica a minha esquerda. Não há mais esquerda para mim e nem pretendo dizer porquê.  Porque nem as moscas mudam e ... seguramente, não haverá ninguém que me convença do contrário.

Até breve


     

sábado, 11 de agosto de 2012

Às vezes chegam cartas...

Às vezes chegam cartas... Outras vezes dúvidas. E muitas vezes esta desagradável sensação de que o NAO (novo acordo ortográfico) é uma profunda aberração. Mas também do outro lado do Atlântico, nesse imenso território onde plantámos a "árvore" de Camões e Pessoa, nos chegam gritos de revolta e contestação, que nos dão ânimo para continuarmos esta "luta de David", que há-de vencer o "estúpido" Golias do nosso descontentamento. Apreciem, se fazem favor, estas Gramatigalhas.



Migalhas
    http://migalhas.com.br


Por: José Maria da Costa Graduado em Direito, Letras e Pedagogia. Primeiro colocado no concurso de ingresso da Magistratura paulista. Advogado. Doutorando e Mestre em Direito Civil pela PUC/SP. Ex-Professor de Língua Latina, de Português do Curso Anglo-Latino de São Paulo, de Linguagem Forense na Escola Paulista de Magistratura, de Direito Civil na Universidade de Ribeirão Preto e na ESA da OAB/SP. Membro da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas.






Bem vindo, bem-vindo ou benvindo?
1) Uma leitora indaga qual a forma correta, quanto ao hífen, após o recente Acordo Ortográfico: Bem vindo, bem-vindo ou benvindo?
2) Nunca é demais reforçar, como introdução, que a maioria dos gramáticos estavam acordes em que o emprego do hífen era assunto que carecia de um sério e profundo trabalho de sistematização e simplificação. Longe de melhorar a situação, todavia, o que o recente Acordo Ortográfico fez, longe de atender às expectativas, foi complicar ainda mais o que já era difícil.
3) Mas tentemos solucionar a questão trazida pelo atento leitor, usando as ferramentas de que dispomos.
4) Pelo Acordo Ortográfico, usa-se o hífen com a palavra bem, quando o segundo elemento da palavra composta começar por vogal ou h. Exs.: bem-apanhado, bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado.
5) Não se apresse o leitor. Apesar da conclusão que pretenda extrair em sequência, vai-se logo observando como continua o Acordo: o advérbio "bem" pode ou não aglutinar-se ao segundo elemento, quando o segundo elemento da palavra composta começa por consoante: Exs.: por um lado, bem-casado, bem-comportado, bem-criado, bem-disposto, bem-dotado, bem-falante, bem-mandado, bem-nascido, bem-sucedido, bem-vestido; por outro lado, benfazejo, benfeitor, benquerença.
6) Só pelo teor do Acordo – o qual, sem estabelecer critérios seguros, afirma, de modo fluido e inconsistente, que o advérbio "bem" pode ou não aglutinar-se ao segundo elemento – já se vê a total impossibilidade de fixar uma regra que solucione os problemas do hífen em hipóteses como a da consulta.
7) Num caso como esse – em que se constata a ausência total de critérios mínimos para um raciocínio de convicção e certeza – a única saída é consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que é uma espécie de dicionário que lista as palavras reconhecidas oficialmente como pertencentes à língua portuguesa, bem como lhes fornece a grafia oficial.
8) Também conhecido pela sigla VOLP, é organizado e publicado pela Academia Brasileira de Letras, a qual tem a delegação e a responsabilidade legal de editá-lo, em cumprimento à Lei Eduardo Ramos, de n. 726, de 8.12.1900.
9) Pois bem. Em sua quinta edição, de 2009, a primeira após o Acordo Ortográfico, o VOLP faz constar bem-vindo1, forma essa que já era assim trazida, em 2004, pela quarta edição.
10) Apenas para ilustração histórica e verificação de como também pode mudar a grafia oficial dos vocábulos no idioma, anota-se que, na segunda edição do VOLP, de 1998, hoje superada, permitiam-se as duas formas, bem-vindo e benvindo.


Palavras para quê?!... Porquê dar ainda mais pancada no "céguinho", se já está morto?!... Agora só faltará enterrá-lo bem fundo. Só que dizem que os "coveiros" estarão em greve. Teremos que respeitar o seu direito, que é e há-de ser sempre, inalienável. Mas, logo, logo que a greve acabar, mãos nas pás e enxadas e vamos a isso !...

Até breve

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Pagaremos, com língua de palmo !...


Está na ordem do dia a questão sacrossanta das fundações. A única coisa que ao longo de toda uma vida me ligou a fundações, foi a pesada picareta com que abri, com estas mãos que delicadamente agora vos escrevem, as da minha casa. Ou alicerces ou caboucos como soe dizer-se. Fora desses ciclópicos trabalhos que abriram caminho ao sonho, apenas as centenas e centenas dos livros da minha infância que me emprestava a Gulbenkian e hoje as centenas e centenas de euros que pago das propinas do meu filho à Fernando Pessoa.
As fundações da minha casa, obviamente que as percebi. Os cálculos de cargas e esforços que aprendi no Breiner, à volta de vigas e outros ferros, segredaram-me que as ditas teriam de ser bem fundas e largas se pretendesse não correr o risco de a casa um dia me cair em cima. A Fundação Calouste Gulbenkian, a quem devo uma grande parte da minha exígua cultura, também a compreendi, agradecido e reconhecido ao Homem que tivemos o privilégio e uma sorte sem medida de gostar de nós. A Fundação Ensino e Cultura Fernando Pessoa, há anos que me parece um qualquer atalho legal para encapotar um propósito ilegal. Podem contar-me histórias bonitas que eu prometo adormecer, pacificamente. O que não prometo é alguma vez compreender porque existe uma instituição para ensinar e outra para receber o custo desse ensino, quando os proprietários de ambas são os mesmos.
E é exactamente no mesmo saco desta terrível interrogação, que sempre coloquei a existência de tantas centenas e centenas de fundações: se a propriedade é comum, só podem constituir atalhos legais para encapotar propósitos ilegais. E quando o putativo proprietário é uma entidade que deve a sua existência ao voto popular, então. como grão de areia dessa desgraçada e vilipendiada argamassa anónima, todo esse imenso saco de interrogações se transforma repentina e miraculosamente em perplexidade, quase próxima da estupidez.
Já suspeitava, que por alguma razão, os próceres da descabelada proliferação "fundacional" deveriam ter uma intenção semelhante aos alentejanos, no tempo em que a sua terra era uma seara em movimento. Este artigo trouxe-me "ligeiras" indicações desta "nova seara" e dos seus "movimentos". De facto o trecho que seleccionei, é paradigmático:

"... Mas alguma dia tivemos País para que o administrador delegado da Casa da Música, Nuno Azevedo, receba 11.192 euros mensais?! Ou presidente da Fundação Cidade de Guimarães, João Bonifácio Serra, aufira 10.300 euros?! Ou presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, Alberto_Amaral, mame 9.985 euros?! Ou Miguel Lobo Antunes, receba, na Culturgest, 8.550 euros?!..".

Quando se cansarem os braços e as mãos das famigeradas auditorias aos salários dourados e outras mordomias, porventura ainda mais pesadas, de todo esse vastíssimo "edifício fundacional", que apenas pretendem atirar areia para os olhos da "estúpida argamassa" que coloca toda essa gente no poder, poderemos dormir descansados. Porque aparecerá, naturalmente, quem invente uma nova galinha de ovos dourados. De que jamais lhes tomaremos o peso, nem nunca saborearemos omeletas. Mas que pagaremos com língua de palmo!...

Até breve