quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Afinal patriotismo o que é?!...




O Jornal de Negócios entendeu há pouco mais de uma hora entreabrir a cortina negra que se abateu sobre a Caixa, depois de uns quantos terem decidido fazer a vida negra à geringonça, por mor dos seus excelsos umbigos.

A História muito raramente se debruça sobre a transcendência umbilical de actores secundários, mas estou em crer que poderá vir a registar o êxito do melhor director geral dos impostos de que todos nos lembraremos e que viria a conseguir mais tarde ser o único ministro decente e competente de um Governo de uma Direita inclassificável, a quem hoje todos rezamos pela alma, sem missinhas de sétimo dia e muito menos com flores na campa.

Julgo que Paulo Macedo seria incapaz de ir comprar à pressa a gravata vermelha que apresenta por detrás da cortina. Mas tenho a plena convicção de que depois das primeiras reticências com que brindou Centeno, acabou por ceder ao apelo de uma missão patriótica que lhe assenta como uma luva.

Será tempo de Catarina não confundir Macedo com Domingues e abandonar de vez o hábito de lançar em dias de mau acordar, alguns grãos de areia sobre as engrenagens da geringonça!...

Afinal patriotismo o que é?!...

Até breve

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

"Mais lento, mais baixo, mais fraco"!...


"Citius, Altius, Fortius" é o lema olímpico que Pierre de Coubertin nos legou, juntamente com a maior realização desportiva que todos vivemos de quatro em quatro anos e que até hoje a Humanidade não conseguiu superar.

Por cá, dentro do padrão de mediocridade que transportamos há séculos, ao lema "mais rápido, mais alto, mais forte" opomos com a nossa peculiar jactância, se o meu tradutor de latim não me enganou,"tardior, inferior, debilior":

"Mais lento, mais baixo, mais fraco"!...

Até breve

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Afinal o povo não será tão estúpido quanto ele o fazia!...


Uma carga considerável de boa vontade chamar de "semana horribilis" ao que tem sido um verdadeiro "annus horribilis" da personagem!...

A cair vertiginosamente nas sondagens - mesmo valendo o que valem! - e a assistir, incrédulo e mau perdedor, à transformação da "geringonça" num fatídico e gigantesco "besidróglio" que, à medida que lhe inunda a "caixa de correio" vai desbaratando em cada dia a sua capacidade de sofrimento, o "pinóquio" é um homem só, que só o "andor" de uma comunicação social generalizadamente bem pior do que ele, ainda lhe vai sustentando a imagem e camuflando os dias - e os rios, e os rios! -  piores que se avizinham.

Afinal o povo não será tão estúpido quanto ele o fazia!...

Até breve

sábado, 12 de novembro de 2016

Segundo as estrelas, não ficaríamos a perder!...


O filme da Caixa é o filme de Portugal

«Um tipo é convidado para gerir um grande banco. Pede um mês ao governo para reflectir. Tem um bom emprego noutra instituição financeira, ganha muito bem, está em fim da carreira, embora ainda lhe falte chegar ao topo - ser ele o número um e logo de um peso-pesado, o maior de todos -, e esta apresenta-se como a derradeira oportunidade. O ego diz logo que sim e pressiona, entusiasma-se, mas os riscos profissionais e reputacionais são evidentes. O banco é público, a pressão externa é por isso infinitamente maior, pode ser penosa, além disso as contas estão más, é preciso passar o balanço a pente fino, e o país não ajuda a puxar a carroça para a frente. O vento é contrário e muitas vezes forte. Há ainda o risco de intervenção partidária, uma tentação crónica com raízes antigas na Caixa Geral de Depósitos, embora hoje em menor grau face à actual incerteza económica. Ou melhor, à míngua de dinheiro.

Para evitar que estas pragas bíblicas aconteçam, o gestor - estimado leitor, apresento-lhe António Domingues - fala com um advogado tubarão e com amigos habituados a estes assuntos escorregadios que envolvem o Estado e os seus múltiplo satélites. Concluem todos que, para que ele aceite a oferta de emprego, tem de resolver previamente três pontos essenciais: o salário tem de estar em linha com o que se paga no sector; a estratégia de recuperação do banco e a injecção de capital que é preciso concretizar quanto antes têm de ficar acordadas à partida para evitar conflitos logo no início com o accionista (o Estado) e também com Bruxelas; finalmente, a equipa de gestão terá de ficar isenta de algumas obrigações, tais como o envio da declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional.

Qual a justificação para esta última exigência, nada habitual e até estranha, talvez até suspeita? Domingues não quer ver a sua vida exposta nos jornais e nas televisões, a dele e a dos outros administradores que pretende convidar. Exige, por isso, alguma salvaguarda e protecção ao que supõe ser a sua vida privada. Mas aceita enviar a informação para o Banco de Portugal e para a Inspecção-Geral de Finanças, como também aconteceria no privado, além de se comprometer a deixar o dossiê no cofre da Caixa para que possa ser consultado quando for preciso - se surgirem dúvidas.

O ministro que lhe faz o convite - estimado leitor, apresento-lhe Mário Centeno -, depois de reflectir os prós e os contras, aceita as condições, incluindo a última, a mais bizarra. Centeno acredita que António Domingues lhe dá todas as garantias profissionais necessárias para reabilitar um banco em apuros. O banqueiro traz com ele a experiência acumulada no BPI, o que evita o que tantas vezes acontece na Caixa Geral de Depósitos: gestores que vão estagiar para o lugar, alguns sem qualquer experiência na área financeira e até candidamente desprovidos de qualquer instinto empresarial ou sentido económico, o que implica sempre uma elevada factura expressa em negócios sem pés nem cabeça.

O ministro das Finanças acredita ainda que o caminho do banco público tem de ser este e que não há alternativa melhor. Embora fiscalizado pela tutela - o seu ministério - e demais reguladores, Mário Centeno defende que a Caixa tem de ter um estatuto em grande medida equivalente aos concorrentes nacionais e internacionais, porque esta é a única forma de o tornar competitivo, e então decide isentar a administração da CGD do cumprimento do estatuto do gestor público.

A mudança legislativa é feita, passa pelo Parlamento, viaja por Belém e ninguém levanta um único dedo até que Marques Mendes - um bom amigo aqui desta coluna - se pôs a ler o Diário da República, um hábito que ele tem desde os tempos do liceu, e descobriu a pólvora: então António Domingues, além da montanha de dinheiro que vai cobrar (30 mil euros brutos por mês, mais prémios), também estava dispensado de enviar a sacrossanta declaração ao Tribunal Constitucional? O escândalo ainda não parou de acontecer desde esse fatídico dia, mas António Domingues não arreda pé e não cede. E parte do governo, durante uma reunião do Conselho de Ministros, além da bancada parlamentar do PS, já começou a procurar espaço político para reduzir os danos na imagem do primeiro-ministro, inevitavelmente envolvido na confusão. A substituição de António Domingues, se ele entretanto não mudar de opinião - o que pode sempre acontecer, embora pareça de todo improvável -, é então uma questão de tempo e de oportunidade. Talvez a notícia se torne pública a meio de um jogo de futebol ou de um disparate dito por Donald Trump e assim dê um pouco menos nas vistas.

O pior disto tudo é que Portugal funciona assim. Mudam-se as leis, as leis são aprovadas e fiscalizadas mas não excluem outras que se sobrepõe e cruzam, e de repente está montada a maior das confusões no maior banco público. Entre a inflexibilidade de António Domingues, a inexperiência política de Mário Centeno e o oportunismo tosco recheado de demagogia que prospera pelo país, não sei bem como acabará esta história. Provavelmente como uma oportunidade perdida. Certamente como um espelho fiel do Portugal que ainda somos.»

Haverá alguma incompatibilidade entre a extensão do texto desta crónica de André Macedo e as peculiares características que deverão dar forma a um blog. Mas a regra sempre andará de braço dado com a excepção e há matérias que sempre o hão-de impôr. O "filme da Caixa" será um bom exemplo e ainda não me terá sido dado o privilégio de ler outro trabalho com a profundidade e clareza deste. Daí o risco assumido que decidi correr ao publicá-lo aqui. Até porque me poupa a mim a considerações que já comporta.

Tenho muita dificuldade em identificar-me com a candura, ainda que sob o respeitável xaile da amizade, com que AM entrega os louros da "interrupção da gravidez" a uma figura parda e pouco merecedora da minha admiração como Marques Mendes, conhecido que é o seu desprendimento em relação a matérias semelhantes de flagrante colisão de privilégios com a coisa pública. Algo me diz que a inveja ou outros sentimentos ainda menos edificantes, terão estado na origem da "rebelião". E nada me garante ter sido o "ganda nóia" a primeira e a única voz que abalou o silêncio em que decorriam as filmagens.

Mas a rodagem deste filme pouca diferença exibirá com as consequências que naturalmente resultam, quando alguém decide atirar um punhado de lama sobre um potente ventilador: ninguém em redor se poderá gabar de não ficar enlameado! E convenhamos que completamente enlameada terá ficado toda a nata da nossa política actual, desde o vértice da pirâmide, com o mais alto magistrado da nação a sacudir demasiado tarde as pérolas de lama que lhe salpicaram o fato luzidio e bem engomadinho. Daí para baixo, julgo que ninguém terá escapado, do governo à câmara dos nossos representantes e nesta, da direita à esquerda e vice-versa! E cada um com razões mais fortes que o parceiro do lado! O tal "Portugal que ainda somos"!...

Não acredito que António Domingues venha a negociar aquele mínimo de dignidade que um homem jamais deverá negociar, seja em troca do Sol ou mesmo da Liberdade! E depois do macabro filme que sem pudor nos foi dado apreciar, desejo, muito sinceramente, que não o faça...

Até porque, segundo as estrelas, não ficaríamos a perder!...

Até breve

Vá lá Domingues, vê se te despachas!...



Vá lá Domingues, vê se te despachas!...

Até breve

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Cumprir Abril com o passo certo?!...



Quanto mais o pinóquio laranja amarga mai-la pindérica garnizé de crista roxa insistem em aparecer a qualquer hora do dia ou da noite nas televisões, mais os números das sondagens se viram contra eles!...

O PS além de ser a força política a contabilizar mais votos se as eleições tivessem lugar neste momento, alcança pela primeira vez nesta sondagem um total de intenções de voto igual à soma dos dois partidos de Direita que, com o apoio da Esquerda, atirou para bem longe do poder. 

Se a esta circunstância somarmos um outro facto tão ou mais significativo ainda, de os três partidos de esquerda que constituem a maioria parlamentar que suporta a famigerada e apelidada por Paulo Portas de "geringonça", começarem a apontar para que possa vir a ser alcançada nas próximas eleições uma maioria absoluta nunca verificada desde a madrugada redentora de 25 de Abril, então um novo desafio será colocado a Paulo Portas: encontrar na língua portuguesa o antónimo de "geringonça" que ela ainda não possui e que signifique qualquer coisa com a qual o povo se identifica!...

CUMPRIR ABRIL COM O PASSO CERTO???!!!...

Até breve

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

E... a tempestade há-de passar!...


É amarga, mas justa, a lição que Donald Trump acabou de nos dar

Trump ganhou. Nós perdemos. Por nós quero eu dizer os meios de comunicação social dos EUA e da Europa. Segundo as histórias que nós contámos aos leitores e uns aos outros o que acaba de acontecer era impossível.

As nossas sondagens e opiniões – incluindo as minhas – não só se enganaram redondamente como contribuiram para criar um perigoso unanimismo que fez correr uma cortina de fumo digno dos propagandistas oficiais dos estados totalitários.

Eu leio todas as semanas duas revistas conservadoras americanas – The Weekly Standard e National Review. Leio todos os dias o igualmente pro-Republicano Wall Street Journal. Em nenhum deles fui avisado que Trump poderia ganhar.

Sinto-me vítima de uma conspiração – não da parte de Trump mas da parte dos media. Aquilo que aconteceu não foi a cobertura das eleições americanas, mas antes uma vasta campanha publicitária a favor de Hillary Clinton onde até revistas apolíticas como a Variety participaram.

Donald Trump foi sujeito à maior e mais violenta campanha de ataques pessoais que alguma vi na minha vida. Todos as principais publicações alinharam entusiasticamente. Sem recorrer a sites de extrema-direita o único site que defendia Trump foi o extraordinário Drudge Report. Foi só através dele que comecei a achar – e aqui vim dizer – que o eleitorado reage sempre mal às ordens paternalistas dadas por uma unanimidade de comentadores, jornalistas e celebridades.

A eleição de Donald Trump foi um triunfo da democracia e uma derrota profunda dos meios de comunicação social.

Claro que Trump não é nenhum outsider. É um bilionário que sempre fez parte da ordem estabelecida, da elite que dá as ordens e manda na economia dos EUA. É um amigo de Hillary e Bill Clinton que só se tornou ex-amigo porque lhe deu na gana ser presidente dos EUA.

Agora é. Conseguiu o que queria. Há-de voltar as costas ao eleitorado que o elegeu logo que perceba que a única coisa que esse eleitorado tinha para lhe dar já foi dado: os votos de que ele precisava para ser eleito.

Já fez o elogio de Hillary Clinton. Já disse que vai representar todos os americanos. Vai-se tornar lentamente um republicano moderado e liberal. Os oportunistas têm sempre essa vantagem da metamorfose.

Trump ganhou contra grande parte do Partido Republicano mas foi graças a ele que o Partido Republicano manteve a maioria no Senado e no Congresso. Se Trump fosse o populista aventureiro que finge ser aproveitaria para minar o sistema político vigente, tirando partido do poder político pessoal que agora tem.

Mas não fará nada disso. O Partido Republicano tem agora tudo na mão.

Trump presidirá à complacência do poder político instalado, do poder recuperado das mãos de Obama. O velho sistema político será reforçado e os beneficiários serão os de sempre: os que menos precisam.

E os media? Que vamos nós fazer? Continuar em campanha? Continuar a enganarmo-nos e a enganar quem nos lê?

Mostrarmo-nos surpreendidos e atónitos não chega. Só revela o mau trabalho que fizemos. Dizer que foi um choque, que ninguém estava à espera só aponta para o mundo ilusório onde reside a nossa própria zona de conforto.

Não é Trump que tem de dar uma reviravolta. Somos nós. Trump ganhou porque foi eleito. Nós perdemos porque fomos derrotados pelos nossos próprios preconceitos e pelo excesso de zelo com que perseguimos a vitória de Hillary Clinton.

É um dia feliz para Donald Trump e para a maioria que o elegeu. Para nós é um dia triste e, do ponto de vista profissional, pelo menos para mim, vergonhoso.»
(Miguel Esteves Cardoso, Opinião, in Público)


Miguel Esteves Cardoso oferece-nos nesta sua crónica acabada de chegar ainda a fumegar de teclas batidas com o espanto e a decepção semelhantes aos que a quase todos nós assistem neste momento.

MEC assume a sua e nossa derrota. E mostra sem constrangimento ou preconceito as suas e nossas feridas. Mas suaviza-as com o bálsamo da lucidez que talvez nos falte nesta hora quase universalmente dramática. Nem ele saberá o bem que nos trazem as suas palavras.


Donald Trump não será o Adolf Hitler moderno. Não poderá fazer tudo aquilo que o "führer" pôde fazer ante a alienada e unânime saudação nazi do Partido Nacional-Socialista Alemão. O Partido Republicano sob a bandeira do qual acaba de ser eleito e a quem o povo americano, ironicamente, acaba de entregar plenos poderes - maioria incontornável no Senado e no Congresso! -  na política americana, não permitirá que um louco governe o mundo...

Esse mundo globalizado que nos envolve, certamente que será abalado. Como o confirmam já os indicadores que nos chegam dos mercados financeiros e bolsistas de todos os continentes. Mas o espectro da recessão económica americana e a sua repercussão a nível global, que os prognósticos de inúmeros especialistas já apontam para 2018, será o colossal alerta para que o Partido Republicano proceda com Trump, como no passado os "cowboys" procederam com os "mustangs" das pradarias americanas...

E... a tempestade há-de passar!...

Até breve

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Atrás dos tempos vêm tempos e outros tempos hão-de vir"!...



Os taxistas são os melhores amigos da Uber

Chegou agora a vez de a revolução digital atingir o negócio dos táxis.

«Há uma certa ironia no facto de os taxistas terem decidido barricar-se na zona do aeroporto – precisamente o lugar de Lisboa que ao longo dos anos mais contribuiu para destruir o prestígio da sua profissão. Há muito que o sector do táxi perdeu a guerra da imagem e da civilidade, e para isso basta comparar a linguagem do senhor Florêncio da ANTRAL com a postura dos responsáveis portugueses da Uber e da Cabify. Esse é um dos seus mais graves problemas: tirando a defesa tímida por parte do PCP, os taxistas estão sozinhos. Muitas profissões já foram profundamente atingidas, há mais de uma década, pela evolução tecnológica. Lojas online, sites de partilha, de música a apartamentos, plataformas de marcação de viagens, homebanking, jornais digitais, ascensão das redes sociais, tudo isto afectou de forma dramática inúmeras profissões. Outras, em compensação, nasceram. Chegou agora a vez de a revolução digital atingir o negócio dos táxis. É o fim de um monopólio, que dói aos que dele usufruíram, mas que é altamente favorável para o consumidor.

Um táxi é um meio de transportar um cliente do ponto A ao ponto B. Eu sei que isto parece óbvio, mas há quem tenha enormes dificuldades em lidar com a obviedade. Da mesma forma que muitos esquecem que as escolas servem para ensinar alunos e não para empregar professores, no caso dos táxis muitos esquecem-se que eles existem para transportar clientes e não para empregar taxistas. Quando alguém inventa uma nova forma de transportar um cliente do ponto A ao ponto B e o cliente gosta dessa nova forma, a sequência lógica, numa democracia que acredita no mercado e na livre iniciativa, não é ilegalizar tal transporte, mas, pelo contrário, integrá-lo na economia, promovendo a concorrência.

Sei que os taxistas dizem que não se opõem à concorrência – apenas se opõem à concorrência desleal. Mas as vantagens dos táxis continuam a ser imensas. A haver concorrência desleal seria a deles. Sim, os motoristas da Uber e da Cabify têm menos horas de formação, cobram os preços que entendem e não têm de estar preocupados em pôr autocolantes nos vidros dos carros. Mas os táxis têm inúmeros benefícios fiscais (redução do ISV, isenção do IUC, dedução das despesas no IVA, majoração em sede de IRC), não estão sujeitos à factura electrónica, têm um alvará que pode ser transaccionado por dezenas de milhares de euros, têm faixas Bus para circular, praças para estacionar e, sobretudo, são o único serviço que se pode apanhar no meio da rua com um braço no ar. Com este enquadramento, a ideia de uma concorrência desleal por parte da Uber e da Cabify é absurda.

Os taxistas apostam agora numa nova palavra: a “contingentação”. Eles querem definir um numerus clausus para a Uber e para a Cabify. Mas se é evidente que o serviço de táxis, que tem praças exclusivas e vias de circulação próprias, precisa de ter um contingente limitado, não há qualquer razão para que um carro que se limita a circular pela cidade, como qualquer automóvel, tenha de seguir as mesmas regras. “Quantas viaturas podem estar ao serviço?”, perguntam os taxistas. Pois eu pergunto: quantos restaurantes podem estar ao serviço? Quantas mercearias? Quantas livrarias? Quantos bares? Quantas casas podem ser arrendadas? E quantas podem ser vendidas? Esta resposta não é dada por mim, por si ou pelo governo. A resposta é dada pelo mercado. Um mercado que deve ser regulado. Que deve ser legal. Mas que deve, sobretudo, ser livre.»
(João MIguel Tavares, Opinião, in Público)

Pese embora o facto incontornável de os afectos de índole familiar bulirem com a apreciação que venho fazendo da ainda curta mas inteligente e arejada carreira jornalística de João Miguel Tavares, creio haver uma substancial e natural diferença entre as nossas concepções de mundo.

Nesta condição quase diria que será mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que encontrarmos pontos de consenso entre a forma como cada um de nós olha para o mundo que nos envolve. Será sempre difícil, mas a sua crónica de hoje no jornal Público acaba de provar que... impossível é nada!

De facto, a visão específica que JMT expõe nesta sua soberba crónica sobre a questão que tem marcado a actualidade social e política deste naco de terra ocupado por "gente que nem se governa, nem se deixa governar", constituirá o paradigma perfeito da sintonia que sempre será forçoso admitir entre duas pessoas de posições filosóficas aparentemente opostas.

A luta dos taxistas, por corporativa, anacrónica e injusta, só poderá terminar em derrota de consequências desastrosas!...

"Porque atrás dos tempos vêm tempos e outros tempos hão-de vir"!...

Até breve

sábado, 8 de outubro de 2016

Agora orgulhosos e com uma lágrima ao canto do olho!...



O primeiro padrão que Portugal volta a colocar no Mundo, depois dos Descobrimentos, deve-se às qualidades ímpares universalmente reconhecidas de António Guterres. Nós por cá continuaremos, pobres e tristes... 

Agora orgulhosos e com uma lágrima ao canto do olho!...

Até breve

domingo, 14 de agosto de 2016

Estamos fartos de "ver arder e chorar depois"!...


A TESE DO FOGO POSTO ESCONDE O QUE NÃO FOI FEITO


«O truque repete-se e a tragédia também: temos já metade da área ardida da UE. Impotentes perante a calamidade, os responsáveis pela organização do combate recorrem à gasta tese do fogo posto. Foi o que fez há dias, na RTP, Jorge Gomes, secretário da Administração Interna, ao lançar a suspeita de crime sobre os sinistros que se iniciam de noite.

Tenta-se, desse modo, tirar o foco do que não se fez: a limpeza das matas e dos espaços à volta das casas, e o reforço da vigilância, com recurso a equipamento actualizado de detecção, como pediu, pela enésima vez, Jaime Marta Soares, presidente da Liga de Bombeiros, antes de aderir à ideia do fogo posto, apresentando uma nova tese conspirativa, a do “terrorismo”.

Assim se adia o debate sobre as medidas – que vão de uma solução para os terrenos abandonados até à regulação adequada das espécies florestais ou à reflorestação das áreas ardidas, que é quase inexistente – a tomar de acordo com a ciência e com os especialistas, e não através de opiniões avulsas, de autênticos “achódromos”, de políticos obcecados com a restrição dos meios.

O fogo é um inimigo feroz que só pode ser combatido com uma estratégia nacional que sobreponha a intervenção às falinhas mansas e imponha o dever cívico e a lei à nossa atávica indiferença pela segurança: só agimos, se formos obrigados. E não queremos mudar – preferimos ver arder e chorar depois.»
(Alexandre Pais, in Quinta do Careca)

Palavras sábias as deste velho jornalista tarimbado em questões ligadas ao Desporto, mas sempre atento e revoltado com esta sociedade a que pertence e recusando que o obriguem a pertencer àqueles "abomináveis homens das neves" que o general Sertório terá definido magistralmente como "gente que nem se governa nem se deixa governar"!... 

O discurso do Presidente da República também apontou há dias no mesmo sentido e seria bom que António Costa não fosse cego nem surdo perante a realidade...

Estamos fartos de "ver arder e chorar depois"!...

Até breve

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Chamar os bois pelos nomes!...


«O juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra que deu provimento a duas providências cautelares contra o fim dos contratos de associação, tem uma filha que frequenta um colégio privado, que usufría de um contrato com o Estado até este ano.»
(in Expresso online, em 02/08/2016)

Não conheço o senhor doutor juiz Tiago Lopes de Miranda, meretíssimo juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra, de lado nenhum. Mas como qualquer cidadão comum sempre me animou o desejo de poder chamar os bois pelos nomes.

Nessa condição, após ler a notícia que acima "linkei", carreguei com natural impetuosidade no acelerador do meu motor de busca preferido, com o propósito de conseguir uma associação entre nomes e bois que me permitisse um dia destes, na eventualidade de me cruzar na baixa de Coimbra com tal proeminente e justa pessoa, poder dar asas ao meu pensamento, que machado nenhum alguma vez terá o privilégio de cortar a raiz, e poder interiorizar a definição do homem, do magistrado, do cidadão...

Mas os jornalistas do Expresso há muito que sabem do que a "casa" gasta e, embora todos os caminhos do motor de busca fossem dar a Roma, e a imagem que acima decidi deixar e que invariavelmente me surgiu associada ao tão badalado processo e em que porventura um bom pai, de repente, se viu a braços com uma decisão no mínimo suspeita, vinda de um magistrado cuja ética o deveria levar a pedir a escusa ao processo que, quiçá os deuses, decidiram colocar nas suas mãos, em caso algum continha a legenda com o nome do meretíssimo.

Decidi adoptar o método dos jornalistas do Expresso, confessando a minha impotência de conseguir...

Chamar os bois pelos nomes!...

Até à próxima


quinta-feira, 30 de junho de 2016

Marcelo Rebelo de Sousa com a coragem de reparar a ignomínia de quem o antecedeu!...



O Presidente da República atribuiu, esta quinta-feira, a título póstumo, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique a Salgueiro Maia, num gesto de «reconhecimento da pátria portuguesa», afirmando que nunca é tarde para a «reparação histórica»(LINK).

Marcelo Rebelo de Sousa com a coragem de reparar a ignomínia de quem o antecedeu!...

Até breve

terça-feira, 7 de junho de 2016

O povo parece cada vez mais satisfeito com a "geringonça"!...



Sondagem: Esquerda aumenta vantagem para quase 20 pontos

«Apesar do Partido Socialista se manter inalterado, depois de dois meses de subidas expressivas, o mês de Junho vê o Bloco de Esquerda e a CDU a subirem nas intenções de voto e elevarem a vantagem da Esquerda para 19,1 pontos percentuais. Os partidos da Esquerda somam agora 55,4% das intenções de voto dos portugueses enquanto os partidos que compuseram a coligação de direita, PSD e CDS, somam apenas 36,3% das intenções de voto.

O PS mantém assim os 38,5% que já tinha na sondagem do mês passado enquanto o PSD desce duas décimas para 32,1%. As décimas que o PSD desce são precisamente as mesmas que o CDS sobe, para 4,2%. O Bloco de Esquerda sobe para 10,2% quando o barómetro do mês passado recolhia 9,7% das intenções de voto. A CDU sobe uma décima para 6,7%.

A Aximage voltou a inquirir a confiança para Primeiro-Ministro e também aqui as notícias não são boas para Passos Coelho que volta a descer. Enquanto o actual Primeiro-Ministro António Costa, sobe, mais uma vez, de 54,5% para 55,2%, o ex-Primeiro-Ministro Passos Coelho desce, novamente, de 36,1% para 35,2%. São já 20 pontos percentuais que separam os dois na confiança para Primeiro-Ministro.»

O povo parece cada vez mais satisfeito com a "geringonça"!...

Até breve

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Sim, naturalmente, ESQUERDA UNIDA!...


«O relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental sobre a execução de abril do Orçamento do Estado vem confirmar o optismo revelado por vários quadrantes partidários e até pelo Presidente da República.
Segundo a UTAO, o défice no 1º trimestre do ano, em contabilidade nacional, terá sido de 3,3% do PIB, representando uma redução de 2,2 pontos percentuais face ao défice registado em igual período do ano passado.
Tipicamente, o défice reduz-se ao longo do ano. No 1.º trimestre de 2015, verificou-se um défice de 5,5% do PIB e, no final desse ano, acabaria a fixar-se em 3,1% do PIB. Agora, com a redução homóloga de 2,2 pontos percentuais no 1.º trimestre (de 5,5% para 3,3% do PIB), fica clara a exequibilidade da meta inscrita no orçamento para 2016.»
(in Geringonça.com, em 03/06/2016)

E afinal a "geringonça" parece que está mais afinadinha do que a "máquina de papar moedas" que tivemos durante cinco anos!...

Afinal a "geringonça" já não mete medo a ninguém, já só incomoda aqueles que se viram, democraticamente, relegados para a oposição e vai ganhando em cada dia o respeito e a admiração de todos aqueles que não lhes tendo concedido o privilégio do voto, são capazes de reconhecer em cada dia que passa, que este país afinal pode caminhar por um outro caminho diferente da "fatalidade austeritária" e da subserviência neoliberal aos ditames externos.

E virá o dia em que povo inventará uma palavra mais bonita para substituir a "geringonça", inventada por quem ousou falar em nome do povo...

Sim, naturalmente, ESQUERDA UNIDA!...

Até breve

Isabel Moreira, pela melhor defesa da escola pública!...


«A líder do CDS tem dois discursos: um discurso oral e um discurso mudo.

O caso dos contratos de associação é exemplar da duplicidade referida.

A conduta do governo é de tal forma irrepreensível que foi penoso repetir banalidades que se aprendem no primeiro ano de Direito.

Evidentemente, onde não há oferta pública devemos ter formas de parcerias com o sector privado. É o caso dos contratos de associação. Estes contratos, em face da CRP e da lei, têm como pressuposto – ou seriam inconstitucionais – a carência de oferta pública. Isso mesmo está refletido na lei. A liberdade de escolha entre ensino público e privado não se faz através de contratos de associação. Defender o contrário é defender um mergulho a fundo na ilegalidade.

Uma vez que Cristas, doutorada em Direito e essas coisas, sabe disto, opta pela desinformação, e ainda estou no discurso oral. Em primeiro lugar, num debate quinzenal, fala antecipando uma hecatombe – é a formula pequenita que inventou para se destacar do PSD.

Naturalmente, a PGR dá razão ao ministério da educação e, no debate quinzenal seguinte, volta a espetar o dedo em riste, mas calada sobre os contratos de associação, com a viola no saco e desviando a sua perdição para nova hecatombe anunciada: o governo está refém da extrema esquerda e não vai fazer nada quanto à greve dos estivadores, está prisioneiro dos sindicatos! O acordo foi feito e estamos à espera de novas anunciações. É certo que sabemos desta outra técnica que dura uma hora, já que qualquer dia António Costa diz que está bom tempo e Cristas responde-lhe, por defeito, que a afirmação deriva de o governo estar refém da extrema esquerda e dos sindicatos.

Mas qual é o discurso mudo quando Cristas depois de caladinha no debate quinzenal aproveita a onda cravo amarelo para tapar a verdade acerca dos contratos de associação?

O discurso mudo é o projeto de sociedade que vai na cabeça de Cristas. Os contratos de associação são um pretexto como outro qualquer.

O problema de Cristas não é a legalidade, porque Cristas sabe analisar a CRP e a lei. O problema de Cristas é a sua falta de educação para a laicidade, falta de educação de que se orgulha, mas que esconde porque a CRP lá insiste – coisa maçadora – que o Estado é laico. O problema de Cristas, portanto, é querer dar cabo da legalidade sem se dar por isso.

Na cabeça de Cristas, o CDS não se opõe apenas à primeira versão da CRP, mas a todas.

Na cabeça de Cristas, o Portugal perfeito seria o Portugal dos pequeninos, isto é, um país de perpétua reprodução de elites afastadas do temível mundo do povo que impediriam o caminho progressista de uma sociedade que vai de mãos dadas com a laicidade da mesma.

Para Cristas, não basta que a religião de cada um seja respeitada e que cada pessoa escolha matricular os seus filhos numa escola de cariz religioso. Não: Cristas quer o mesmo que o Cardeal Patriarca. A líder quer usar o falso slogan liberdade de escolhapara arregimentar com menos custos mais pessoas para a sua doutrinação abjeta de padronização comportamental de toda uma sociedade.

Para Cristas, não há paraíso na terra enquanto o Estado não fechar as escolas públicas e financiar exclusivamente as privadas, de maioria católica.

Para Cristas, não há paraíso na terra enquanto o Estado não fechar todo o setor público de saúde e dedicar o orçamento às misericórdias, aos lares, com prejuízo da igualdade, mas sobretudo sacrificando o fardo da laicidade.

Para Cristas, não há paraíso na terra enquanto o Estado não parar de insistir em dar apoio a crianças, jovens e idosos com dificuldades várias, quando há grupos financeiros privados e apadrinhados que cuidam do mundo, com uma só doutrinação, ainda que tantas vezes com falta de vagas.

Este é o discurso mudo de Cristas. Ninguém lhe nega o direito de ter as convicções que entender. O que é evidente, porém, é que o seu discurso mudo, a vingar, seria um golpe de estado. Porque a Constituição pode ser revista, mas tem limites materiais de revisão.

Se lhe tirar a laicidade, é golpe.»
(Isabel Moreira, in Geringonça, em 01/06/2016)


E o meu "nobel" da "literatura política" deste Verão quente de 2016, vai para...

Isabel Moreira, pela melhor defesa da escola pública!...

Até breve

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Começa a ser reconfortante ver os céus de Portugal repletos de vacas a dar às asas!...


Cá pelas minhas contas já não serão apenas as vacas que "António Costa já pôs a voar"! Haverá por aí uma boa meia dúzia de "vitelas" que, pese embora o facto de ainda mamarem, já vão ensaiando os primeiros voos!...

Então a "vitelinha TAP", esqueceram?! E os "novilhos dos transportes" que já estavam no matadouro, acham que foram mesmo abatidos, ou também já batem as asas? E que dizer da "esganiçada e tenrinha bezerra com crista" a quem o líder socialista colocou umas asinhas de "anja"? E já agora, como interpretar a passagem da almalha "mugidora" que nos lixou "neoliberalmente" durante quase cinco anos e agora se viu na necessidade de trocar o feno quente e acolhecor do curral pela lama nojenta e nauseabunda da pocilga?!...

Ah meus amigos, cada vez admiro mais a destreza de Costa para trabalhar as complicadas"geringonças" instaladas nos bandulhos de todo este gado vacuum ruminante que o fazem voar! E se nos lembrarmos que o "lobby das gordas e anafadas 'terneras' amarelas dos colégios privados" também estará prestes a entregar a alma aos criadores e a resumir-se à insignificancia que lhes ditam os termos constitucionais que suportam a essência de "uma escola pública e tendencialmente gratuita", então o milagre das vacas voadoras ainda se tornará mais fantástico!...

E o que teria acontecido se a todas estas anafadas vacas que agora "foram empurradas para os céus e obrigadas a voar" tivessem tido a oportunidade de cumprir os desígnios ruminados no estábulo, tendentes a entregar a Caixa Geral de Depósitos e as Águas de Portugal e outras que, por necessidades estratégicas óbvias nem chegaram a ver a luz do Sol, aos "prazeres e interesses" da celebrada e virtuosa ganância privada?!...

Ah como começa a ser reconfortante ver os céus de Portugal repletos de vacas a dar às asas!...

Até breve

domingo, 15 de maio de 2016

"I rest my case"!...



PASSOS COELHO, O IRRADIADOR DE INFELICIDADE

«Ao longo de quatro anos, admirei Passos Coelho. Não tanto pelas decisões políticas que terão paralisado a economia e muito menos pela parte da reforma que, com a sua bênção, me foi roubada – e que, aliás, prossegue. Mas pela melhoria da situação financeira do País, que permite hoje a António Costa devolver rendimentos, e pela determinação – veremos um dia se correcta ou excessiva – com que Passos enfrentou marés altas e marinheiros em fúria.

Como, na verdade, não sabemos onde nos conduz o caminho trilhado pelo Governo, gostaria de conhecer uma alternativa que pudesse vir a tomar conta da ocorrência e lamento por isso que Passos desista do confronto parlamentar, reduzido ao papel de deputado que não fala, nem olha os adversários de frente. E que tenha voltado aos tiques de afectado perdedor das eleições que ganhou ao justificar a sua lamentável ausência da inauguração do túnel do Marão e ao criticar Marcelo – esse cata-vento que ajudou a eleger Presidente – não por andar de braço dado com Costa mas por “irradiar felicidade”.

Já o ex-primeiro-ministro, ressabiado, irradia infelicidade e veste a pele de ave agourenta, postura que o eleitorado punirá, mesmo que lhe caiam em cima as pragas que Passos parece rogar. E é isso que eu temo quando, e se, do dia enevoado se fizer noite escura

Quando um insuspeito e confesso admirador de Pedro Passos Coelho diz isto...

"I rest my case"!...

Até breve

domingo, 8 de maio de 2016

"Este homem é perigoso. Ele acredita no que diz"!...





Este homem não é mentiroso! Será apenas algo enganador, porque acredita nas "suas verdades"! E nenhum dos seus conselheiros terá a coragem de um alemão qualquer de que já esqueci o nome...


"Este homem é perigoso. Ele acredita no que diz"!...

Até breve


segunda-feira, 25 de abril de 2016

25 DE ABRIL, SEMPRE!...

25 de Abril, não pode ser esquecido:  "25 DE ABRIL SEMPRE"
 pintura a acrílico sobre tela com 100X80 (Marinho Neves)

25 DE ABRIL, SEMPRE!...

Até breve

quarta-feira, 23 de março de 2016

Antes que o "rei" tombe, sob inapelável "mate"!...


Quantos mortos? 
Líderes europeus deviam aprender com Israel – e exterminar o ISIS.


«Depois do massacre em Bruxelas, logo se instala o coro. À esquerda, os humanistas preocupam-se com a identificação entre terrorismo e Islão. À direita, a poesia é outra: não podemos ceder ao medo nem sacrificar as nossas liberdades. Nenhuma das claques habita o planeta Terra. Para começar, a Europa tem um problema com o Islão radical e jihadista, que apenas cumpre as instruções do próprio ISIS: atacar qualquer infiel, em qualquer parte do mundo. E quem são os terroristas? Sim, podem ser assassinos caseiros; ou, então, antigos combatentes do ISIS que regressaram a casa. No total, estamos a falar de 5000 em solo europeu. Por último: não ceder ao medo? Não sacrificar as nossas liberdades? Deixa-me rir: não ter medo de 5000 jihadistas é sinal de estupidez, não de coragem. E, sobre as liberdades, o óbvio: sem segurança, não há liberdades que resistam. Se os líderes europeus tivessem cabeça, já estariam a caminho de Israel. Para aprenderem alguma coisa com um país que praticamente apagou o terrorismo contra civis nos últimos anos. E, claro, também já teriam feito do extermínio do ISIS a sua prioridade máxima. Quantos europeus precisam de morrer para que eles acordem?» 
(João Pereira Coutinho, Opinião, in CM)

Sim, parece estar muito difícil o "mundo livre" acordar! Narcotizado por estranha mas sobejamente conhecida dependência de vastos e cruzados interesses da mais variada ordem, vai prosseguindo este ainda mais estranho e criminoso "jogo de xadrez", atirando com indiferença quase maquiavélica para a morte os inocentes "peões", ao mesmo tempo que vai sacrificando cirúrgica e circunstancialmente, "torres, bispos e cavalos", arriscando inexplicavel e desnecessariamente sucessivos e perigosos "xeques" à Liberdade!...

Sim, quantos mortos serão necessários até que nos grandes líderes mundiais nasça a coragem de inverter esta perigosa tendência e se caminhe decididamente para o extermínio rápido e contundente do DAESH?! Quanta gente inocente ainda terá de perecer às mãos e à bombas deste terrível bando de fanáticos, antes que os exemplos de curdos e judeus sejam seguidos?!...

É no terreno, como fazem os curdos e com os métodos usados por Israel para garantir a liberdade e a paz da sua gente, depois de firme e inexoravelmente lhe fazer "secar" as fontes de financiamento, que o DAESH deve ser varrido da face da Terra!...

Antes que o "rei" tombe sob inapelável "mate"!...

Até breve

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

E não há quem defenestre as batatas!...


Da hipocrisia na política europeia e portuguesa


«Se por estes dias os mercados têm estado altamente instáveis e em baixa, em contrapartida a hipocrisia política tem estado em alta. Um alemão, um holandês, um irlandês e um português, todos com elevadas responsabilidades, são a prova disso.

O alemão chama-se Wolfgang Schauble, é ministro das Finanças e a personalidade que verdadeiramente manda no Eurogrupo com mão de ferro. Na última semana, Schauble entendeu pronunciar-se duas vezes sobre a situação portuguesa. Num dia afirmou que “Portugal deve estar ciente de que pode perturbar os mercados financeiros se der impressão de que está a inverter o caminho que tem percorrido. O que será muito delicado e perigoso para Portugal”. No dia seguinte voltou à carga: “Portugal tem de fazer tudo para responder à incerteza nos mercados financeiros”. E acrescentou que Portugal ainda não tem “resiliência”.

Ora Portugal não terá resiliência e pode estar a inverter (pouquinho) o caminho austeritário que vinha trilhando. Agora imputar responsabilidades a Portugal pela perturbação dos mercados financeiros parece um bocadinho exagerado, sobretudo quando o maior e mais importante banco alemão, o Deutsch Bank, está no centro de uma brutal crise, que levou a que as suas ações perdessem 50% do seu valor entre agosto de 2015 e a atualidade; que existam sérios rumores de que o banco está com dificuldades em pagar os cupões de obrigações contingentes convertíveis; que tenha registado prejuízos de 6,8 mil milhões em 2015, o que não acontecia desde 2008; que tenha 1,2 mil milhões em ações de litigância no ano passado e que isso vá continuar por estar acusado de envolvimento na manipulação da taxa Libor e de suspeitas de fuga ao fisco; e de não estar a gerar resultados para pagar dividendos.

Sobre este “pequeno” problema, Wolgfang Sachauble disse simplesmente: “Não, não tenho receios em torno do Deutsch Bank”. Não, verdadeiramente o problema dos mercados e de Schauble é Portugal – e não um banco alemão que tem um papel central na Alemanha, a economia mais poderosa da zona euro, tão central que não existe comparação a nível mundial.

Provavelmente há uma relação umbilical: com mercados em baixa, a hipocrisia política está em alta. Quatro exemplos: Wolfgang Schauble, Jeroen Dijsselbloem, Enda Kelly e Pedro Passos Coelho.

O holandês chama-se Jeroen Dijsselbloem, é ministro das Finanças do seu país e presidente do Eurogrupo. Consta que é socialista, mas disfarça bastante bem. Tem sido dos mais duros com os países do sul, em particular com a Grécia e agora com Portugal. É dos que mais combate a ideia de que possa haver uma alternativa à receita seguida de cortes em salários, pensões e no Estado social para enfrentar a crise. E no entanto, Jeroen, tão implacável com os mais fracos, tem prosseguido de forma metódica a consolidação da Holanda como um paraíso fiscal, onde estabelecem a sua sede fictícia as empresas dos países periféricos para aí pagarem impostos muito reduzidos dos lucros que obtêm nos seus mercados de origem, enfraquecendo ainda mais, do ponto de vista da receita fiscal, esses países. Mas sobre isto, não se ouve um pio do histérico Jeroen.

O irlandês chama-se Enda Kelly, é o atual primeiro-ministro, e está em plena campanha eleitoral, liderando uma aliança entre o Fine Gael e o Partido Trabalhista. O problema de Kelly é que as intenções de voto na sua coligação andam na casa dos 36%, longe dos 44% necessários para obter uma maioria absoluta. Kelly teme assim o que aconteceu em Portugal e está a acontecer em Espanha, no que toca às soluções governativas pós-eleitorais. E vai daí nada melhor do que apontar o dedo para aqui, gritar que somos um mau exemplo e que Portugal está a pagar um preço elevado – que classificou como “horrendo” – devido à instabilidade política que se terá instalado no país na sequência das eleições de Outubro passado. “Não queremos ser como Portugal”, afirmou. E, claro, a luta é entre a estabilidade (Kelly) ou o caos (a oposição). A solidariedade europeia é desvanecedora.

Finalmente, por cá há um patriota a quem a possibilidade de investidores chineses entrarem no capital da TAP está a incomodar fortemente. Chama-se Pedro Passos Coelho e afirma: “não sabemos de que maneira é que o interesse público está definido e defendido.” Por acaso este Pedro Passos Coelho é o mesmo que foi primeiro-ministro de Portugal entre 2011 e 2015. Por acaso foi durante o seu consulado que a empresa pública chinesa China Three Gorges se tornou o maior acionista da EDP; que a chinesa State Grid se tornou, com 25% das ações, a maior acionista da REN – Rede Elétrica Nacional; que o grupo chinês Haitong comprou o BESI; que o grupo privado (?) chinês Fosun comprou a Fidelidade e a BES Saúde, hoje Luz Saúde…

Felizmente, nessa altura, Passos Coelho sabia muitíssimo bem de que maneira é que o interesse público estava definido e defendido. É uma pena que não tenha decidido partilhar essa definição e essa defesa com os seus concidadãos. Mas, claro, este caso da TAP é gravíssimo.

Enfim, provavelmente há uma relação umbilical: com mercados em baixa, a hipocrisia política está em alta.»


E as televisões, rádios, jornais e sites do costume lá vão, cândida, esforçada e "rapidamente e em força" promovendo as qualidades da batata na alimentação dos portugueses. E há quem já não possua estômago que suporte outro alimento: batatas ao pequeno almoço, ao almoço e ao jantar, de segunda a domingo, de Janeiro a Dezembro, ano após ano, vidas inteiras!...

Ainda bem que o Costa lá vai arranjando, umas favas, umas ervilhas, uns ovos, uns nacos de toucinho e umas rodelas de chouriça, para irmos sobrevivendo! Dirão que é comida de pobre? Pois até poderá ser! Mas felizmente que ainda seremos muitos a odiar as batatas!...

E não há quem defenestre as batatas!...

Até breve

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Miguel de Vasconcelos terá sido defenestrado por pecado igual!...




Manuela Ferreira Leite: “Receita da Europa é uma teimosia que só Schäuble defende”
12/2/2016

A ex-líder do PSD criticou esta quinta-feira as declarações de Wolfgang Schäuble sobre Portugal, afirmando que a receita da Europa "tem dado maus resultados" e é "uma teimosia" que só ele defende.(LINK)

«O que impressiona na política portuguesa é o número gigantesco de jornalistas e comentadores estruturalmente alemães, isto é, que escrevem notícias e emitem opiniões a partir do ponto de vista alemão. É por isso que uma opinião lúcida, portuguesa e social-democrata, como esta, de Manuela Ferreira Leite, ganha outro interesse e visibilidade.»
(Luís Paulo Rodrigues, na sua página do FB)

Haverá, a meu ver, uma linha muito ténue a separar, no comportamento desse "número gigantesco de jornalistas e comentadores estruturalmente alemães, isto é, que escrevem notícias e emitem opiniões a partir do ponto de vista alemão", a colonização da traição!...

Miguel de Vasconcelos terá sido defenestrado por pecado igual!...

Até breve

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A merecida saída de sendeiro pela qual tanto batalhou ao longo de 10 anos!...



Tão evidente como Aníbal Cavaco Silva ser a maior nódoa que passou por Belém em quase 42 anos de regime democrático, terá sido o facto de a maioria dos deputados da Assembleia da República ter esta quarta-feira aprovado de novo a adopção de crianças por casais do mesmo sexo e as alterações à lei do aborto, cuja promulgação dos respectivos diplomas a "esfíngica figura plantada em Belém" havia vetado.

Agora, o Aníbal será obrigado, segundo a Constituição, a promulgar as leis que vetou a 25 de Janeiro, estando-lhe facultado apenas o prazo máximo de oito dias a contar da sua recepção.

A merecida saída de sendeiro pela qual tanto "batalhou" ao longo de 10 anos!...

Até breve

domingo, 7 de fevereiro de 2016

"O primeiro dia do resto da nossa vida democrática"!...


Ó minha pátria amada, onde nós chegámos

1. Isto de escrever numa situação volátil é sempre complicado. Mas embora possa haver uma ou outra novidade, no fundo, "onde nós chegámos", já estamos lá. No fundo, na fossa, num buraco, num sítio que o pudor impede de classificar com as palavras duras que se exige. Onde nós chegámos… à situação de uma nação que pouco mais é do que uma província longínqua de um centro europeu constituído por um conjunto de países, a começar pela Alemanha, mas não só, que entende que o seu interesse nacional e a sua "posição na Europa" implica colocar na ordem os países cujos governos e cujos povos pareçam recalcitrantes face ao seu poder. É por isso que o que aconteceu na Grécia devia ter sido um forte sobressalto, mas uma mistura de cobardia e de nonchalance ajudou a aceitar-se aquilo que é uma versão moderna da política de canhoneira, ou de uma Europa moldada aos princípios soviéticos da "soberania limitada".


2. O mais grave disto tudo é que não parece incomodar quase ninguém. O mais grave disto tudo é que há quem goste e prefira ser funcionário menor europeu do que político de um país soberano. É muito difícil encontrar sobre esta questão a tradicional divisão esquerda-direita, e, se a procurássemos o que encontraríamos seria contrário ao senso comum tradicional: uma esquerda patriótica, e uma direita rendida a trocar a soberania pelo diktat de uma política económica e de interesses de que gosta e que lhe dá força. 

3. E não, meus senhores, não foi agora com aquilo a que chamam pejorativamente o "orçamento do Costa", nem foi só (mas também) com as aventuras despesistas de Sócrates, nem com a dívida, nem com o resgate, que isto começou, nem vai acabar. Aliás, considerar que o que se passa é apenas um resultado do país estar endividado e, numa frase de quase traição, tão complacente e displicente é com os nossos interesses nacionais, como a de que "um país com esta dívida não pode ter veleidades de independência", é quase o equivalente em defender a prisão por dívida, ou pior, a escravatura por dívida.

4. Mais do que o dinheiro que pedimos ou que devemos, e a nossa capacidade de o pagar, - que, os mesmos que acham que a dívida justifica tudo, sussurram com cinismo para o lado, "já se sabe que tem que haver uma reestruturação da dívida, não se pode é falar dela", - o que se passa hoje é a coligação de poderosos interesses nacionais (dos outros), financeiros e económicos (também de alguns dos nossos) e a "estrangeirização" de uma elite nacional que perdeu qualquer sentido de que a pertença a uma pátria (palavra hoje maldita à direita) é um valor e não um aborrecimento. "Estrangeirização" não é cosmopolitismo, antes fosse!, é indiferença, e desprezo pelo terreno comum em que se partilha um certo sentido de história e comunidade, no qual, mal ou bem, muitas vezes mal, nos reconhecemos. Mas há mais: é também a suspeita, tão típica dos funcionários e tecnocratas, de que eles, os mestres de Bruxelas, sabem melhor do que nós como se governa um país e não precisam de meter as mãos nessa massa imunda que é a política. Não seria tão bom sermos governados pelos alemães ou pelos énarques ou os diplomados das melhores escolas de gestão do mundo?

5. O problema não é andar de bandeirinha, convenientemente na lapela, nem agitar o "papão espanhol", agora tedesco, é perceber esta coisa que é a Europa de hoje: cada cedência de soberania é uma cedência de democracia. Hoje a democracia ou se faz num espaço soberano, onde os votos dos portugueses mandam, ou deixa de ser democracia. O problema da União Europeia como ela está, enrodilhada, confusa e cruel com os refugiados das guerras que acicatou, egoísta e nada solidária, é que se acantonou num centro de poder que nada tem a ver com os desígnios dos seus fundadores. Não só por ser quem é , mas também por se exercer como se exerce.

6.Partidos conservadores do PPE, cada vez mais à direita, trazendo à arreata muitos socialistas, "governam" hoje Portugal a partir da Europa, dando trabalho às suas miríades de funcionários que decidem sobre o BANIF, ou sobre se meia décima percentual representa uma tragédia grega, sendo que o que os incomoda é que essa meia décima pode servir para acabar com meia décima de "austeridade". E "austeridade" é hoje a palavra que não designa qualquer política económica, cujos falhanços estão por todo o lado em contraste com os EUA, mas uma política de poder, real e simbólico. 

7. Hoje o keynesianismo, ou qualquer outro modo de ver a economia que não passe pela vulgata designada como "neo-liberal", em que se formaram muitos socialistas, vários Prémio Nobel da Economia, e vários dos nossos governantes que eram sociais-democratas como Cavaco Silva, é proibido na União Europeia. Há um Tratado Orçamental, que Passos Coelho, que hoje se veste de novo de social-democrata, foi o primeiro a aprovar, que legitima o pensamento único em economia e serve de base ao poder do centro europeu e ao deitar para o lixo da nossa liberdade, soberania e democracia. Há quem ache isto bem. Eu não.
(Pacheco Pereira, A lagartixa e o jacaré, in Sábado)

Para já não falar na corja, bando, quadrilha, escumalha, escória, gentalha, matilha, cambada, gatunagem, alcateia ou cáfila, que de Belém a S. Bento nos governou nos últimos cinco anos, mas lembrando-me também e sobretudo dos "socialistas que o PPE traz à arreata" por cá e por essa Europa fora, em cada dia que passa me curvo mais perante os deuses, graças aos quais me fiz e continuo keynesiano firme e decidido a recusar negociar o mínimo da minha dignidade, mesmo que me seja proposto o Sol numa bandeja de prata reluzente e convidativa.

Essa a razão que me fez deixar por aqui o magistral texto que JPP publicou na revista Sábado, em 5 de Fevereiro de 2016, quiçá... 

"O primeiro dia do resto da nossa vida democrática"!...

Até breve