domingo, 14 de agosto de 2016

Estamos fartos de "ver arder e chorar depois"!...


A TESE DO FOGO POSTO ESCONDE O QUE NÃO FOI FEITO


«O truque repete-se e a tragédia também: temos já metade da área ardida da UE. Impotentes perante a calamidade, os responsáveis pela organização do combate recorrem à gasta tese do fogo posto. Foi o que fez há dias, na RTP, Jorge Gomes, secretário da Administração Interna, ao lançar a suspeita de crime sobre os sinistros que se iniciam de noite.

Tenta-se, desse modo, tirar o foco do que não se fez: a limpeza das matas e dos espaços à volta das casas, e o reforço da vigilância, com recurso a equipamento actualizado de detecção, como pediu, pela enésima vez, Jaime Marta Soares, presidente da Liga de Bombeiros, antes de aderir à ideia do fogo posto, apresentando uma nova tese conspirativa, a do “terrorismo”.

Assim se adia o debate sobre as medidas – que vão de uma solução para os terrenos abandonados até à regulação adequada das espécies florestais ou à reflorestação das áreas ardidas, que é quase inexistente – a tomar de acordo com a ciência e com os especialistas, e não através de opiniões avulsas, de autênticos “achódromos”, de políticos obcecados com a restrição dos meios.

O fogo é um inimigo feroz que só pode ser combatido com uma estratégia nacional que sobreponha a intervenção às falinhas mansas e imponha o dever cívico e a lei à nossa atávica indiferença pela segurança: só agimos, se formos obrigados. E não queremos mudar – preferimos ver arder e chorar depois.»
(Alexandre Pais, in Quinta do Careca)

Palavras sábias as deste velho jornalista tarimbado em questões ligadas ao Desporto, mas sempre atento e revoltado com esta sociedade a que pertence e recusando que o obriguem a pertencer àqueles "abomináveis homens das neves" que o general Sertório terá definido magistralmente como "gente que nem se governa nem se deixa governar"!... 

O discurso do Presidente da República também apontou há dias no mesmo sentido e seria bom que António Costa não fosse cego nem surdo perante a realidade...

Estamos fartos de "ver arder e chorar depois"!...

Até breve

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Chamar os bois pelos nomes!...


«O juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra que deu provimento a duas providências cautelares contra o fim dos contratos de associação, tem uma filha que frequenta um colégio privado, que usufría de um contrato com o Estado até este ano.»
(in Expresso online, em 02/08/2016)

Não conheço o senhor doutor juiz Tiago Lopes de Miranda, meretíssimo juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra, de lado nenhum. Mas como qualquer cidadão comum sempre me animou o desejo de poder chamar os bois pelos nomes.

Nessa condição, após ler a notícia que acima "linkei", carreguei com natural impetuosidade no acelerador do meu motor de busca preferido, com o propósito de conseguir uma associação entre nomes e bois que me permitisse um dia destes, na eventualidade de me cruzar na baixa de Coimbra com tal proeminente e justa pessoa, poder dar asas ao meu pensamento, que machado nenhum alguma vez terá o privilégio de cortar a raiz, e poder interiorizar a definição do homem, do magistrado, do cidadão...

Mas os jornalistas do Expresso há muito que sabem do que a "casa" gasta e, embora todos os caminhos do motor de busca fossem dar a Roma, e a imagem que acima decidi deixar e que invariavelmente me surgiu associada ao tão badalado processo e em que porventura um bom pai, de repente, se viu a braços com uma decisão no mínimo suspeita, vinda de um magistrado cuja ética o deveria levar a pedir a escusa ao processo que, quiçá os deuses, decidiram colocar nas suas mãos, em caso algum continha a legenda com o nome do meretíssimo.

Decidi adoptar o método dos jornalistas do Expresso, confessando a minha impotência de conseguir...

Chamar os bois pelos nomes!...

Até à próxima