domingo, 24 de julho de 2011

A dança das cadeiras!...

Quando era mais jovem, as tardes e noites de Domingo eram passadas e que bem passadas, quase invariavelmente nos bailes organizados pelas mais diversas colectividades recreativas ou por seccções da mesma índole em muitas agremiações desportivas. Era tempo de divertimento e, paralelamente, tempo de viver ou descobrir novas amizades e até, quantas vezes, novos amores e novos rumos na vida de cada um. Nesses bailes, os promotores tinham a preocupação de inovar programas e rodar os animadores, de modo manter aceso o interesse dos participantes. Nesse sentido esforçavam-se por introduzir sempre que podiam e o engenho ajudasse, atraentes e disputados jogos e concursos entre a nata dos dançarinos e dançarinas. Um desses jogos era a dança das cadeiras. Quem não se lembra de uma dúzia de cadeiras dispostas em círculo no centro da pista, participando um número de concorrentes igual ao número de cadeiras mais um?!... A música começava e os acordes ouviam-se durante um tempo indeterminado, enquanto os candidatos à vitória dançavam em torno das cadeiras até que, abruptamente era silenciada. Cada um procurava uma cadeira vazia e sentava-se rapidamente. Claro que o menos expedito ficava em pé, sem cadeira, era eliminado e a cena repetia-se depois de ser retirada uma cadeira, até que no final ficava uma cadeira e dois concorrentes. Quando a música parava de novo, apenas um se sentava e era declarado vencedor, com direito a dançar com a feliz vencedora de concurso análogo para as meninas.
Hoje, na vida política portuguesa estamos a assistir a um jogo em tudo semelhante, imposto pela Troika, onde os concorrentes sendo ou não dançarinos, desempenham lugares de relevo na administração pública. O objectivo das instituições internacionais que suportam a ajuda financeira a Portugal seria obter uma redução substancial do extenso rol de detentores desses desejados, excessivamente multiplicados e excepcionalmente bem remunerados lugares, no sentido de reduzir os custos da dita administração pública. Só que o organizador do baile, ter-se-à lamentavelmente esquecido de recomendar aos responsáveis na pista, da regra "sine qua non" do jogo, que é a de  as cadeiras deverem, em cada uma das etapas do jogo, ser inferiores em uma unidade ao número dos dançarinos. Assim, acontece que sempre que a música pára os dançarinos se sentam em igual número de cadeiras e nenhum é eliminado, Assistimos apenas a uma simples e ineficaz troca de cadeiras. E por mais que a cena se repita o número de cadeiras não decresce e nenhum dançarino é eliminado.
Não sei se a Troika, confrontada com a observação "in loco" deste interessante jogo que representa o estrito cumprimento das suas normas imperativas, conseguirá reparar no ligeiro esquecimento do organizador do baile e respectivos agentes em pista. É apenas uma questão de cadeiras e pode muito bem acontecer que nem o careca chefe da delegação se aperceba do ingénuo truque português.
Há coisas onde realmente os portugueses são mesmo muito bons!... Pena que a agência responsável pelas exportações portuguesas ainda não se tenha apercebido...

Até breve

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Saber ou não saber, eis a questão !!!...

Os portugueses sabem muitas coisas. E não sabem ou não compreendem muitas outras !...
Os portugueses estão fartos de saber que o desvio orçamental de que falou o seu (?) Primeiro Ministro, pode muito bem ser colossal, apesar dos desmentidos pressurosos. Mas não sabem se o trabalho que vai ser desenvolvido para o corrigir será colossal.
Os portugueses sabem que para repôr o equilíbrio das empresas estatais de transportes colectivos, vão ter de suportar um aumento colossal de 15% no preço dos bilhetes e passes sociais. Mas não sabem se a outra disposição contida no memorando da Troika, de o governo promover o mais rapidamente possível uma colossal reformulação na estrutura dirigente e nos métodos de funcionamento dessas mesmas empresas alguma vez será levada a cabo.
Os portugueses sabem que terão de ver voar metade do seu subsídio de Natal. Mas não sabem se alguma vez os srs. Belmiro de Azevedo, Américo Amorim, Alexandre Soares dos Santos, António Mexia, Ricardo Salgado e tantos e tantos outros cuja enumeração este post não suporta, alguma vez irão ficar com a ceia de Natal colossalmente reduzida a metade.
Os portugueses sabem que o governo que colocaram no poder, jamais irá velar pelos interesses, necessidades e garantias dos eleitores que lhe deram o voto. Mas não sabem e desconfiam se alguma vez saberão estabelecer a diferença entre este, o anterior e o que se lhe há-de seguir.
Os portuguese sabem que os governos mudam. Mas jamais saberão se com um novo governo, vem ou não um novo enxame de moscas!...

Até breve

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Os dinossauros estão contra a Troika !!!...

O presidente da Camara Municipal de Lisboa, António Costa, vem desenvolvendo há longos meses e parece ter já concluído, os trabalhos de fixação de um novo mapa de freguesias da capital. Praticamente em silêncio, longe dos holofotes da CS e através de um diálogo construtivo e democrático, o homem lá foi levando a água ao seu moinho, conseguiu com todos os autarcas implicados os consensos necessários e o novo mapa aí está, consubstanciado numa verdadeiramente  espantosa e revolucionária redução de 53 para 24 freguesias.
Sabendo-se que a medida que António Costa agora adoptou, consta do memorando da Troika, mas imperativamente alargada a todo o país, é absolutamente chocante ver e ouvir as reacções a essa disposição do dito documento, que os três principais partidos assinaram, por parte de altos dirigentes das Associações Nacionais de Municípios e de Freguesias, absolutamente contrárias a tal necessidade, rigorosamente definida e situada no tempo pelas três organizações internacionais que viabilizaram a ajuda financeira a Portugal.
Palmas para António Costa e assobios para os defensores dos tachos, nomeadamente para o sr. Ruas de Viseu, verdadeiro dinossauro dos autarcas portugueses. Há dezenas de anos que se sabe que o país não gera receitas que possam sustentar a medonha máquina autárquica instalada. Foi preciso a Troika vir dizer, alto e em bom som, que tínhamos de acabar com isso. Mas ainda há exemplares de políticos, cujos únicos interesses são as mordomias e os milhões por debaixo do pano. Está-se-lhes a acabar a mama!...

Até breve

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Os que podem, aos que precisam...

O governo de Portugal decidiu que as pensões mais baixas irão ser sujeitas no próximo ano - pelo menos foi assim que entendi - a aumentos indexados à inflacção prevista, prevendo que os custos desta medida rondarão os 4 M€. É uma medida acertada, para mais tomada num momento de crise e com o espartilho do entendimento com a troika a sobrevoar-nos as cabeças. Mas acho que a medida peca por estar incompleta e revela a falta de coragem deste novo governo, liderado por Passos Coelho.
A medida que eu gostava que o nosso governo tomasse para complementar a decisão que hoje anunciou, era que os tais ditos 4 M€, em vez de serem suportados pelo Orçamento de Estado, que evidentemente sairá do bolso de todos, fossem suportados na percentagem necessária para que os 4 M€ fossem atingidos, pelos contribuintes situados no último escalão do IRS. Isso sim, isso seria o exemplo acabado da justiça social que tanto apregoam. Os que podem, aos que precisam... E com a vantagem, que a troika aplaudiria, de o famigerado défice não ser minimamente afectado!...
Assim, há-de cheirar-me sempre a demagogia barata e demasiado rebuscada no baú do neo-liberalismo bacoco, que agora parece instalado nos gabinetes do Terreiro do Paço.

Até breve

sábado, 16 de julho de 2011

Oh almas, como eu tenho esperança !!!...

Todos os portugueses estão habituados a que, sempre que sobre o país pairam nuvens carregadas e se adivinha a vinda daquela chuva que enregela os ossos e a alma, no palácio de Belém "no pasa nada"!... Costumo dizer que em Belém "...nem uma agulha bulia na quieta melancolia..." !... É assim o nosso Presidente e eu, que nem votei nele, não tenho absolutamente culpa nenhuma.
Lembro-me, quando era rapaz mais novo e as crises económicas e financeiras ainda não me faziam pensar e recear o futuro, nem a chegada do Euro sequer se adivinhava, que quando os governos pressentiam dificuldades semelhantes às que hoje vamos vivendo, tinham sempre à mão a receita milagrosa, verdadeira panaceia para os erros que haviam cometido antes: desvalorização do Escudo!...
Com esta lembrança na memória, não foram surpresa para mim as declarações que hoje no Minho o nosso Presidente proferiu a favor de uma imediata desvalorização do Euro, como forma de assim ser alcançado, facilmente e sem grandes dificuldades, o grande remédio capaz de curar a tremenda diarreia que vem conduzindo ao depauperamento e esgotamento europeu. O método já foi utilizado tantas vezes por esse mundo fora e até no pequenino Portugal, que ninguém será capaz de colocar em dúvida a sua eficácia.
O que para mim constituiu surpresa foi finalmente assistir ao bulício das agulhas e ao porventura episódico fim da melancolia instalada em Belém.
Tenho uma tremenda reserva sobre a resposta que a sra. Angela e o sr.Nicolas irão dar a este verdadeiro ovo de Colombo "descoberto" e afirmado por Aníbal Cavaco e Silva. Desconfio até que continuarão a assobiar para o ar. Os cães grandes nunca se atacam e dão pouca importãncia aos latidos dos cães mais pequenos. Rosnam ameaçadoramente e prosseguem impávidos o seu caminho. Agora onde eu tenho alguma esperança - sou sportinguista e desde pequenino aprendi a tê-la! - é numa eventual bola de neve que possa começar a rolar entre os restantes membros da famigerada e desacreditada zona euro!... Oh almas, como eu tenho esperança!!!...

Até breve  

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Entre o veneno e a carapaça !...

Para os que não conhecem o desenlace de uma luta entre um porco e uma cobra cascavel, eu direi que o réptil, depois de descarregar todo o veneno em si armazenado, em sucessivas quão ineficazes mordeduras sobre o porco, dada a protecção anti-veneno que para este representa a considerável camada de gordura que envolve todo o seu corpo, é trucidado à patada pelo suino e de seguida devorado paulatinamente. Esta não é uma história que o génio humano tenha inventado. É um facto que a mãe Natureza nos oferece e que a ciência inequivocamente já comprovou. Apesar de, aparentemente, o réptil ser o favorito na peleja, acaba por sucumbir e ser devorado.
Vem esta curiosidade da Natureza a propósito das assustadoras semelhanças que existem por um lado, entre as venenosas e quase assassinas agências de "rating" norte-americanas e a cobra cascavel e por outro entre o aparentemente pacífico, pouco inteligente e pacato porco e a nossa ancestral e muito "low-profile" Europa, berço da civilização contemporânea e depositária dos mais fieis princípios do humanismo, da democracia e do progresso social.
Se a mãe Natureza pudesse repetir na disputa actual o resultado que entendeu aplicar na anterior, os povos europeus podiam dormir tranquilos. A minha dúvida é se a Natureza alguma vez será chamada a intervir e se o fosse, se a carapaça europeia seria suficientemente forte para fazer fracassar o poderoso veneno que vem do outro lado do Atlântico.

Até breve 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Certezas, prognósticos e questões

Certezas
Segundo as famosas e insuspeitas agências de "rating",
- Grécia é lixo há muito tempo
- Portugal é lixo desde há uns dias
- Irlanda é lixo a partir de ontem
Prognósticos
- Itália será a próxima a ser lixo
- Espanha virá depois a ser lixo
- Bélgica virá a seguir a ser lixo
Questões
- Quais os países europeus que se seguem?
- Quantos escaparão à fúria das famosas e insuspeitas?
- Quem sobrevive na luta entre um porco e uma cascavel?
- Qual o destino do derrotado?
E esta, hem?!...

Até breve

domingo, 10 de julho de 2011

A Califónia está muito pior que a Grécia !!!...

Tenho recolhido a opinião de muitos comentadores e economistas que considero credíveis, pela justeza de sucessivas posições que assumem na análise à crise global que económica e financeiramente o mundo atravessa, que sempre analisam e definem a situação financeira do estado americano da Califórnia como largamente mais dramática que a situação da Grécia.
A ser assim, como entender a sobrevivência tranquila desse estado americano, quando se adivinha a aproximação terrível do colapso grego?!...
Bom, na resposta a esta questão, segundo a opinião de um número cada vez maior de especialistas portugueses e estrangeiros, estará o futuro da União Europeia e a sobrevivência de países como a Grécia, Irlanda, Portugal e porventura outros países que nesta mesma união são quase humilhantemente catalogados de periféricos, como a Espanha, a Itália, a Bélgica e muitos outros que lutam denodadamente para que o seu nome não comece a fazer parte dos títulos de muitas crónicas da especialidade ou mesmo das primeiras páginas de jornais prestigiados ou das aberturas cada vez mais espectaculares e bombásticas dos noticiários televisivos.
A sobrevivência de muitos estados americanos e em particular do estado da Califórnia, dever-se-à à existência de um conjunto de mecanismos de control, ajuda e solidariedade económica e financeira  existentes no sistema federal norte-americano, que não existem e, bem pior do que isso, tardam em ser implementados na UE.
A tese do federalismo inadiável na UE, se bem que defendida por muitos europeístas como solução eficaz e absolutamente necessária, será, na opinião da grande maioria dos políticos e estudiosos dos 27 estados, uma meta demasiado longínqua e portanto absolutamente inexequível no curto ou médio prazo. Restará uma outra tese, bem mais fácil de implementar no curto e médio prazos e que poderá conter em si a resposta para as dificuldades económicas e financeiras actuais de grande parte dos estados membros: um federalismo parcial da restrita área económica, financeira e fiscal de toda a União Europeia.
Esta visão de federalismo parcial obrigaria naturalmente a profundas e demoradas reformas em todos os estados da união e desencadearia, também naturalmente, o ressurgimento exacerbado de toda a espécie de nacionalismos e coros gigantescos de protestos em defesa das famigeradas independências nacionais. Mas será que o processo de globalização acelerado que todo o mundo está a viver, não significou também uma parcial perda de independência para todos os povos, nações e estados?!... Não haverá como negá-lo. Então, se o tal federalismo parcial económico, financeiro e fiscal, for a solução para as debilidades insanáveis que a UE e todos os estados que a compôem deixaram germinar em si, o que será mais importante para os povos europeus, a saída da crise, o crescimento económico, a saúde financeira, o pleno emprego, o aumento do nível de vida e a felicidade, ou uma hipotética e falaciosa independência que hoje apenas representa desespero e infelicidade?!...
A Europa precisa de grandes líderes que pensem, proponham, aprovem e implementem rapidamente um sistema que, no respeito pela identidade cultural e histórica de cada povo que a constitui, salve todas as nações do colapso que as vai estrangulando e definhando. Nos tempos de hoje, acima de quase todos os valores que herdámos, começa a estar o pão que nos garante a sobrevivência.

Até breve

Falta a coragem de desafiar a Europa !!!...

O professor Silva Lopes afirmou numa recente conferência intitulada "E depois da Troika", que Portugal está numa situação muito semelhante à dos gregos e que o financiamento resultante do entendimento com a troika "é largamente insuficiente" para as necessidades que Portugal apresenta.
Silva Lopes avisou que "... se a União Europeia não nos emprestar mais dinheiro, se continuar a acreditar que os mercados vão resolver o problema, estamos arrumados. Eu não acredito que os mercados resolvam o problema, pelo contrário, vão agravá-lo".
É muito crítica a análise que Silva Lopes faz da atitude da cúpula europeia face aos problemas que ameaçam afundar o projeto de um Velho Continente a uma só voz: "... a União Europeia até agora não tem estado a arranjar uma solução capaz, tem empurrado os problemas uns meses para a frente, e não mostra nenhuma vontade para o fazer".
Para Silva Lopes, não sendo garantia de uma saída para a crise, é "condição necessária" cumprir o acordo com a troika, por muito duro que seja.
Por outro lado, defende que é vital:

1. a emissão de Eurobonds (títulos de dívida europeus) num nível superior às atuais obrigações utilizadas para financiar planos de resgate
2. um orçamento comunitário com maior dimensão
3. um imposto sobre transações financeiras, cuja receita fosse encaminhada para o orçamento comunitário

Finalmente encontrei uma alternativa técnica e credível à tese defendida pelo professor Ferreira do Amaral. Alternativa essa que pressupôe a nossa continuação no Euro e a concomitante permanência na UE, como membro de pleno direito, como vi Ana Gomes defender, sem aflorar sequer a necessidade da criação de qualquer agência europeia de rating.
Agora o que duvido profundamente é que o Primeiro Ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, alguma vez tenha a coragem para, além de cumprir ou mesmo exceder as medidas constantes do "memorando da troika", se apresentar em qualquer Conselho Europeu e exigir a solução que o professor Silva Lopes preconiza. Só um grande e corajoso político, daqueles cujo nome fica para sempre na história de um país, o conseguiria. E não lhe reconheço esses atributos. É um político igual a tantos outros que o antecederam e que nos roubaram o azul do céu, como ele também o está a fazer. E por cá continuaremos, encharcados até aos ossos. Pobres ossos!!!...

Até breve

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Lei de Murphy

Passadas as primeiras reacções, tanto aqui no nosso canto, como por essa Europa fora, parece começar a ganhar forma a resposta que os países da zona Euro há muito deveriam ter dado aos sucessivos ataques à nossa moeda, provenientes do outro lado do Atlântico, encapotadamente liderados pelas agências de "rating", particularmente pela Moody's, que será a que parece ter as costas mais quentes.
A resposta mais rápida e incisiva veio do BCE, pela voz do seu presidente, ao manifestar a disposição do Banco Central de fazer ouvidos de mercador às notações da Moody's. Depois, timidamente, lá veio o ministro das Finanças alemão, sempre com medo da sra. Angela o estar a ouvir, dizer que o que a Moody´s fez é muito feio. Com outros pelo meio, finalmente em Belém "uma agulha buliu na quieta melancolia"!... E agora já se ouve uma porção de gente - cá dentro e lá fora - a dizer que a Europa tem de avançar rapidamente para a sua própria agência de "rating"!... Depois da casa roubada, há que colocar trancas nas portas. Mas Passos Coelho ainda tem muito para sofrer: só lá para Novembro é que os seus parceiros vão começar a tratar de preparar o medicamento para curar a doeça de que padece a UE. E entre a nomeação de uma comissão de estudo e a nomeação final da comissão de instalação, vai mediar o tempo de que o doente necessita para morrer.
Entretanto, enquanto é estudado o processo legal perfeito - deixando de fora os clientes, amigos e compadres  do costume - para nos sacar metade do subsídio de Natal, há que preparar as privatizações. Com a TAP, a CP, a REFER, a CARRIS, os STCP, a RTP e os bocaditos que ainda restam da EDP, GALP e PT, eu confesso com toda a franquezinha que é o lado para onde durmo melhor: umas dão prejuízos colossais ao Estado, outras já não lhe pertencem há muito, portanto, tudo bem. Mas os CTT é que eu não consigo entender. Uma empresa organizada, com uma eficiência acima da média portuguesa e com chorudos lucros em cada ano, porque carga de água deve ser privatizada?!... E o mais engraçado é que estamos a assistir ao encerramento de quase todas as agências que ultimamente tem apresentado prejuízos. Porque será?!... Tenho cá a impressão que por ali andará uma mãozinha qualquer a preparar o terreno para o futuro comprador. E se não fosse o terrível medo de ver confirmada a lei de Murphy, eu até que me atreveria a dizer o nome. Mas o meu medo é tão grande, tão grande!...
E o céu cada vez é menos azul e a água cada vez molha mais...
Até breve

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Coração de boi...

Um murro no estômago!... Assim definiu o nosso Primeiro Ministro a decisão da agência Moody's de baixar em quatro níveis o "rating" de Portugal, colocando a dívida portuguesa na categoria de "lixo".
Pois é, quando o Primeiro Ministro era outro, os sucessivos cortes no "rating" português que então se verificaram, tiveram da parte de Passos Coelho a explicação apressada, interesseira e demagógica de que na base dessa actuação das agências estava a incompetência governamental. Agora são socos no estômago!... Mudam-se os tempos... Mas o que estou eu para aqui a dizer?!... Não era isto que eu queria dizer. O que eu queria dizer é que a m.... é a mesma e só as moscas mudaram.
O nosso anterior Primeiro utilizou a táctica do escuro, este agora usa a táctica da claridade, mas o resultado é o mesmo: estamos todos à beira do abismo e os nossos governantes - estes ou os anteriores - continuam alegremente a dar passos em frente.
Entretanto, nestas ocasiões dramáticas de hoje, como nas de ontem, de Belém "... nem uma agulha bulia na quieta melancolia..." !...
O nosso PR é economista, o nosso PM é economista, o nosso Ministro das Finanças é economista, o nosso Ministro da Economia é economista e com tantos economistas no governo e na chefia da nação, começo a acreditar que só há um economista em Portugal que se aproveita e cujos prognósticos sobre o nosso futuro batem sempre certos: João Ferreira do Amaral!... Ou então toda essa multidão de economistas que nos governa e corta as fitas, está cansadinha de saber que por aqui não vamos a lado nenhum - a não ser rumo à Grécia - e está sossegadinha no seu canto, com medo de afrontar a Angela e o Nicolas, que entretanto vão tratando da sua vidinha e da dos seus concidadãos. Mas que estupor de engrenagem europeia em que nos metemos!!!... E que sina madrasta nos persegue a todos, que nunca mais elegemos governantes e presidentes que nos defendam. Estão todos atascados na imundicie até às bocas e a única coisa que sabem dizer uns aos outros é "não façam ondas"!... Chiça, se não os têm, venham falar comigo, que todos os anos os planto no meu quintal e sempre tenho boas produções. E são de raça, caramba, são "coração de boi"!!!...

Até breve