quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O tempo deu razão ao Bloco de Esquerda !!!...

Lembro-me de há muitos, muitos anos, era eu pouco mais que uma criança, assistir à proliferação de um slogan muito caro a quase todas as organizações e facções da esquerda revolucionária de então - marxistas, leninistas, maoistas, trotskistas, albanistas, etc. -, que simbolizava quase todos os seus inúmeros conceitos utópicos: que os ricos paguem a crise!...
Os anos passaram, os tempos mudaram, as crises sucederam-se, os ricos nunca pagaram crise nenhuma e assistimos à transformação de algumas dessas organizações da esquerda radical, num partido que, condensando um mínimo de ideário comum, prosseguiu, agora de forma mais aglutinadora, a perseguição de uma sociedade mais justa e solidária: o Bloco de Esquerda. Mas, entre as muitas reivindicações utópicas que transitaram dos ideários anteriores e foram sujeitas a um "aggiornamento" por imperativos estratégicos da nova organização partidária, algumas permaneceram absolutamente imutáveis, e continuaram bandeiras no novo partido. Entre essas, ficou o entendimento e o slogan de que deveriam ser sempre os ricos a pagar as crises.
As crises sucederam-se, variando apenas as origens e as amplitudes. Os pagadores continuaram sempre a ser os mesmos e os excluídos desse pagamento continuaram sempre a ser os mais ricos.
Até que em 2008, a minha geração - e naturalmente as que lhe são adjacentes - assistiu à instalação da maior crise de sempre. Na amplitude, na dimensão e na extensão temporal. A crise que já dura há mais de três anos, será porventura a mais terrível que alguma vez suportámos, o seu fim não se adivinha facilmente e as metásteses, partindo de um lugar inimaginável de riqueza e prosperidade, globalizaram de tal modo a sua progressão e acção, que nenhum país hoje estará a salvo. E o impensável aconteceu: os mais ricos de França deram o mote e o movimento tende a globalizar-se como a própria crise a que pretende pôr cobro.
Os homens mais poderosos e endinheirados de França, declararam-se dispostos a contribuir fortemente para a resolução rápida das dificuldades do seu país. E o governo francês, aplaudindo sensibilizado, fez-lhes generosamente a vontade, legislando nesse sentido. Em Espanha o movimento repetiu-se exactamente com os mesmos intérpretes e tudo aponta para que o governo espanhol imite o seu vizinho francês.
Neste jardim plantado quase à beira-mar, a cena parece também querer repetir-se. Com a honrosa (?) excepção do sr. Amorim da cortiça, trabalhador incansável e de parcos recursos como honestamente afirma, todos os homens mais ricos deste "cavaquistão" democrático e agora liberal - será neo-liberal?!... - já declararam a sua disponibilidade para "ajudar" e o governo, para não ser acusado de apressado - as cadelas apressadas párem cães cegos!... - informou as agências noticiosas de que para a semana que vem - vem aí tantas semanas que ninguèm sabe em qual será!... - tratará de incluir essa pequena ou grande questão na sua agenda. A muito contra gosto, naturalmente, mas aqueles safados dos franceses e agora os espalholitos, não lhe deixaram qualquer neo-liberal alternativa!...
O tempo, afinal, deu razão ao Bloco de Esquerda!... E de que maneira !!!...
Até breve 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ninguém me roubará o azul do céu !!!...

José Alberto de Carvalho é para mim o pivot preferido em tudo o que é informação televisiva. Foi-o no canal 1 da RTP, continua a sê-lo agora na TVI  e receio bem que continuará a ser por muitos e bons anos, tal é a pobreza franciscana entre os novos valores que amiúde vão surgindo no panorama de todas as televisões portuguesas.
A sua mudança para uma televisão privada, arrastou-me para um canal pelo qual não nutria especial simpatia. Mas esqueci os motivos da minha antipatia por esse canal, para poder continuar a apreciar a sobriedade e ausência de sensacionalismo, a voz poderosa e a competência profissional de José Alberto de Carvalho. Porém, devagar, muito devagarinho, a minha inteligência está a começar a gerar anti-corpos ao canal e receio bem que uma nova mudança começa a desenhar-se no meu horizonte. Nada que tenha a ver com José Alberto, mas a TVI começa a ser insuportável para mim. 
Hoje, às 20.00 em ponto, mudei para a TVI. José Alberto de Carvalho estava lá a abrir o serviço noticioso da noite. Estava só, o que me agrada sempre - não sou particularmente fâ de Judite de Sousa, nem do seu pretensioso vedetismo, do seu horrível mau gosto em termos de imagem e escolha de indumentária e para rematar não aprecio a sua flagrante parcialidade no que ao espectro político diz respeito - e por isso fiquei. José Alberto desenvolveu o alinhamento pré-definido e as notícias foram desfilando paulatinamente durante pouco mais de 6 minutos. De repente, uma pausa para um bloco publicitário. Que se prolongou por um escabroso, tenebroso, violento e desrespeitador período de ... 13 minutos!... É superior à minha capacidade de compreensão. Para a TVI pouco importam os meios. Sómente contam os objectivos. É indigna a forma como se aproveita da imagem de José Alberto de Carvalho. Acho que terei de reformular a minha opção. Para não me sentir violentado. Porque ninguém e muito menos uma televisão "pimba", me roubará o azul do céu, aquilo que mais prezo na vida: a liberdade!!!...

Até breve

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

E ainda agora a procissão vai no adro !!!...

Caixa Geral de Depósitos, um osso muito difícil de roer para o novo Governo!... Porquê ?!... Ora, todos sabem bem porquê!... É muito difícil explicar como é que em tempos de crise como os que vive o país e quando o memorando da Troika, assinado pelos partidos que estão no governo, explicita claramente que as empresas do Estado estão obrigadas e reduzir custos operacionais, nomeadamente com os seus corpos administrativos, o governo avança para um staff de gestão da Caixa que, em vez de sofrer poderosos cortes em número de elementos e custos inerentes, vê o número de gestores aumentar em uma unidade, com os custos a dispararem naturalmente, pesem embora os enérgicos desmentidos do Primeiro Ministro e do Ministro das Finanças.
Ao primeiro tiro nos pés, que o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal representou, o Governo soma agora o episódio grotesco desta nomeação da nova equipa de gestão da Caixa Geral de Depósitos. É o fartar vilanagem que na campanha eleitoral recente os arautos da transparência e da honestidade tanto condenaram. Porventura terá sido essa postura que os terá levado ao poder. Agora, sentados na cadeira de sonho, não sobra vergonha, pudor ou respeito pela memória de quem os elegeu. O que sobra são apenas as moscas, porque a imundície é igual ou pior ainda. E ainda agora a procissão vai no adro!... Adivinham-se nuvens negras para os do costume. Mas a estes políticos espertos, na posse do voto dos pobrezinhos de espírito, que na sua santa ingenuidade lhos entregaram, nunca a àgua molhará.
Até breve