quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Para todos um feliz 2016!...



Ainda imbuído do espírito magnânimo decorrente da quadra que atravessamos, não posso deixar de desejar à "novena" da imagem acima, que 2016 lhes traga o melhor e o mais justo dos mundos...

Até breve

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A Esquerda vencerá e Sampaio da Nóvoa será Presidente!...


Toda a carga de triunfalismo extemporâneo com que uma boa parte da Comunicação Social parece envolver a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, pode vir a revelar-se fatal para as aspirações do candidato da Direita: nenhum indicador parece apontar, decididamente, para uma vitória na primeira volta!...

Por outro lado, António Sampaio da Nóvoa parece caminhar de forma gradual e sustentada para poder vir a ser o candidato natural de toda a Esquerda na segunda volta, perante as cada vez mais notórias fragilidades de Maria de Belém Roseira.

Com uma franja superior a 14% de indecisos, muita água ainda correrá sob as pontes até que chegue 24 de Janeiro e depois... bom, depois, não me vejo a admitir outro cenário que não seja assistir a 14 de Fevereiro a uma segunda edição de 4 de Outubro!...

A Esquerda vencerá e Sampaio da Nóvoa será Presidente!...

Até breve

sábado, 26 de dezembro de 2015

Ao canto da sala e com "orelhas de burro"!...

Eu banifei-os, tu banifaste-os, ele banifou-os!...
Pronto, estamos todos "banifados" e com a nossa célere e infalível Justiça, aos "três da vida airada" o mais que lhes pode acontecer é ficarem com uma reforma choruda e dourada, "comme d'habitude"!...

Mas ao menos e já que os nossos magistrados ainda nem chegaram à Madeira, e jamais conseguirão chegar a Nova Iorque, para arremedarem o que foi feito a Bernard Madoff, que a "Comissão Parlamentar de Inquérito" os coloque... 

Ao canto da sala e com "orelhas de burro"!...

Até breve

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Marcelo foi bem "banifado"!...



E com esta partida dos amigos, lá se foi a "cadeira de sonho"!...

Marcelo foi bem "banifado"!...

Até breve

Acredito em ti, rapariga!...


Obviamente demitidos

«É óbvio que, caso tivesse passado na Assembleia da República, o segundo Governo Passos Coelho não poderia sobreviver à escandalosa e onerosa irresponsabilidade governamental que o caso Banif agora revela às escâncaras.


É caso para inovar: por que não uma moção de censura virtual retroactiva?


Adenda
Mas tudo justifica um inquérito parlamentar ao caso.»
(Vital Moreira, in Causa Nossa)



Que Vital Moreira me perdoe, mas se porventura e para desgraça maior, a Coligação Pàf tivesse obtido a maioria absoluta, ou a liderança do PS estivesse entregue a outros bem conhecidos socialistas que, como os próprios bem vincaram na ocasião, prefeririam inviabilizar a moção de rejeição anunciada pela Esquerda, a "escandalosa e onerosa irresponsabilidade governamental que o caso Banif agora revela às escâncaras", continuaria a ser ocultada, o "gato continuaria a ser vendido por lebre" e o Governo de Passos Coelho continuaria o seu processo de liquidação de um País, um Povo, uma História!...

E permita-me Vital Moreira ir um pouco mais longe: foi pela sua "pena" que soubemos que sempre esteve contra a formação do Governo actual, com o único suporte de Esquerda que o nosso quadro político permitia! Será este "mea culpa" com que hoje nos contempla, o reconhecimento de quanto errada estava a sua posição?!...

Creio ser tão óbvio o meu raciocíno, como o seu tardio "é óbvio que o segundo Governo Passos Coelho não poderia sobreviver": os prognósticos no fim de jogo, sempre serão tão importantes como a "cevada ao rabo do burro morto"!...

Creio ser tão óbvio o meu raciocínio, como óbvia foi a posição do PSD na viabilização do Orçamento Rectificativo: MEDO! MEDO DO QUE AÍ VEM!...

Por isso, honra seja feita a Vital Moreira: "Mas tudo justifica um inquérito parlamentar ao caso". Obviamente! E porquê?! Vital Moreira sabe-o bem: porque hoje a nossa Casa da Democracia deixou de ser como dantes! O Quartel General já não é em Abrantes! Ricardo Salgado que o diga!... 




Dá-lhes Mariana! Dá-lhes forte e feio!...

Acredito em ti, rapariga!...

Até breve

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Faltava o Banif para acabar de atar os molhos!...



O tapume

Comecemos pelo evidente. Ontem, Pedro Passos Coelho deveria ter dado a cara. Delegar em Maria Luís Albuquerque as justificações - paupérrimas, por sinal - sobre o Banif confirma sem margem para dúvida a tendência do anterior primeiro-ministro para se esconder nos momentos mais difíceis. Foi assim com o BES/Novo Banco. Foi assim com a miserável ilusão à volta da sobretaxa. Foi assim quando se percebeu que o défice público deste ano não seriam favas contadas. Passos Coelho ajudou o país a sobreviver à maior crise financeira desde o 25 de Abril. Revelou capacidade de decisão e resistência - foi líder, quando muitos outros em circunstâncias idênticas teriam cedido às dificuldades, aos perigos e às contradições inevitáveis quando se tem de tomar decisões complexas que dividem antes de unir. Agora que o pano caiu definitivamente, ficou evidente que parte desta imagem era ilusória. Resultou também de um esforço premeditado e talvez cínico do anterior primeiro-ministro para se proteger e, com isso, tentar prolongar o seu prazo de validade política. 

O Banco de Portugal foi um dos biombos mais usados por Passos Coelho. O BdP serviu de cortina não apenas na absurda solução que matou o BES nas 48 horas mais onerosas do sistema financeiro português, mas fez-se também sentir na condução da política económica. O governador Carlos Costa, ambicioso e alinhado com o anterior executivo, aceitou o papel de engodo, alisando o terreno com intervenções políticas disfarçadas de relatórios técnicos destinados a consolidar a ideia de que não havia alternativa ao que estava a ser feito - e nalguns pontos, embora não muitos, até havia. Sobre o Novo Banco está tudo dito: um regulador que se converte em vendedor não tem sentido, é um contrassenso que custará muito caro ao país. E agora temos o Banif. O que dizer? Antes de mais, que as comadres - Passos Coelho e Carlos Costa - zangaram-se e encalharam numa luta aflitiva para ver quem consegue salvar a cara. A resposta é evidente: nenhum deles vai conseguir, têm ambos responsabilidades grosseiras no Banif, por acção e omissão, embora seja necessário fazer uma análise fina de tudo o que conduziu a mais este desfecho com enormes custos para os contribuintes. Mas sobram ainda outros problemas: a credibilidade do governador está ferida de morte. A independência do Banco de Portugal, mesmo nesta versão aguada pelos poderes supremos do BCE, é essencial à credibilidade do país. A saída de Carlos Costa, sendo desejável para a eficácia do sistema, terá de ser resolvida mais à frente num quadro de maior normalidade, desejavelmente com o acordo entre PS, BE, PCP, PSD e CDS. 

Quanto a Passos Coelho, os militantes do PSD decidirão em congresso o que fazer com ele, mas há limites para o ilusionismo político. Um líder da oposição que atira para a frente os subordinados não inspira grande confiança. Finalmente António Costa: herdou mais problemas do que seria suposto, mas convém que não se esconda atrás deles daqui para a frente. Ninguém lhe prometeu facilidades. Além de ser justo lembrar que o PS de José Sócrates esteve na origem de muitos dos buracos que ainda estão por tapar - oh se estão»
(André Macedo, Opinião, in DN).

À medida que os biombos, ou tapumes, ou máscaras, ou mentiras, ou trapaças políticas, vão ficando cada vez mais assustadoras, desgraçadas e inequivocamente transparentes, afunda-se no lodoso pantanal toda a pouca credibilidade que no espírito de alguns - cada vez menos! - portugueses ainda subsistia em relação à corja que nos governou nos últimos quase cinco anos!... 

Faltava o Banif para acabar de atar os molhos!...

Até breve

Basta! É urgente e inadiável o afastamento de Carlos Costa!...


E que a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif possa vir a revelar os mesmo atributos patrióticos, de competência, isenção e justiça que revelou no inquérito às trafulhices do BES e de Ricardo Salgado e seus acólitos!

O povo português afastou a Direita do poder! Agora impõe-se que o Parlamento afaste do Banco de Portugal a incompetência e o compadrio, quiçá a corrupção!

Basta! É urgente e inadiável o afastamento de Carlos Costa!...

Até breve

sábado, 19 de dezembro de 2015

Só num país irremediavelmente doente!...


A doença sócrates

«Estão a ver este título? Vende. É a conclusão que se tira das capas do Correio da Manhã. Sócrates vende. E faz outra coisa também: o poder do seu nome absorve e personaliza nele tudo aquilo que lhe esteja relacionado de alguma forma.

Isto cria vários problemas. O mais grave, no momento, é o que diz respeito à justiça. Por ter colocado a crítica ao sistema de justiça no centro da sua defesa, Sócrates transformou qualquer debate sobre o tema num debate sobre si. A ponto de, nesta semana, termos ouvido ao presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público, António Ventinhas, na TVI, que "o principal responsável pela existência deste processo tem um nome e esse nome é José Sócrates, porque se não tivesse praticado os factos ilícitos este processo não teria acontecido" e, à excepção de protestos no Twitter, não surgir qualquer indignação pública (ou política), quanto mais o inevitável processo disciplinar.

Inevitável porquê? Tentemos (sei, é difícil) esquecer que é de Sócrates que Ventinhas fala; vejamos a coisa em abstrato. Um magistrado tomar posição sobre factos de um processo ainda em investigação é desde logo questionável; proferir, nessas circunstâncias, um juízo sobre a culpabilidade de alguém é-lhe absolutamente interdito. Acresce que, pretendendo desmentir Sócrates por acusar o MP de estar a querer acusá-lo sem provas, Ventinhas dá-lhe ironicamente razão.

Vou explicar devagarinho: quem pode estabelecer que alguém praticou (ou não) actos ilícitos (portanto criminosos) é um tribunal, baseando-se em factos. Se o presidente do sindicato dos magistrados do MP dá mostras de ignorar este básico do Estado de direito não pode presidir ao sindicato nem tão-pouco ser magistrado. E se perante isto a procuradora-geral da República não faz nada está na mesma. Isto não é discutível. Só parece sê-lo porque este país está doente com a doença sócrates, só admite contra e a favor, culpado ou inocente, vítima ou bandido.

Só num país completamente doente se pode confundir defesa da inocência de alguém com indignação ante um regime de prisão preventiva obsceno e as atitudes imperiais de magistrados que, como Ventinhas ou Amadeu Guerra - director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal que, também nesta semana, afirmou haver "coisas muito mais importantes do que o segredo de justiça, como é o caso da investigação dos crimes", parecendo ignorar ser a violação do segredo de justiça crime e a existência do segredo de justiça depender da vontade das partes, e portanto também do detentor da acção penal -, ostentam achar-se acima da lei e da ética. Só num país irremediavelmente doente se confunde o que de mais fundamental existe - a defesa da presunção de inocência como direito essencial de todos - com o que achamos de uma determinada pessoa. E isto, naturalmente, aplica-se tanto a quem odeia como a quem só com o caso Sócrates acordou para os problemas da justiça. Incluindo o próprio.»
(Fernanda Câncio, Opinião, in DN)

Pouco se me dá a carga de afectos que possam de algum modo estar subjacentes a esta opinião de Fernanda Câncio. A arquitectura do edifício que construiu sob os alicerces da "doença sócrates" é que me interessa. E essa, além de brilhante, seduziu-me e merece por isso o meu aplauso!

De facto, só num país irremediavelmente doente!...

Até breve

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Uma nova atmosfera de decência e sentido de estado!...



A fazer fé nesta notícia e em todo o desenvolvimento do processo de renovação de um Conselho de Estado que pouco mais seria que uma "claque" da Direita mais retrógrada, ultra-liberal e fundamentalista da Europa, adivinha-se a muito curto prazo uma nova atmosfera de decência e sentido de estado!...

Até breve

domingo, 13 de dezembro de 2015

Uma oportunidade única!...



"Cortar despesas supérfluas significa controlo do défice. Perceberam?"


«Para quem já anda a gritar "lobo", e "austeridade", porque se vai impor um controlo apertado dos custos dos serviços do Estado até 2016, aqui fica a explicação:

austeridade = cortar salários, cortar pensões, cortar subsídios, aumentar impostos

cortar despesas supérfluas, exigir rigor dos serviços do Estado, proibir novas contratações ou outras despesas não imprescindíveis = controlo do défice e da execução orçamental

Got it?

«Concorde-se ou discorde-se das medidas em concreto, seria bom que nem todas as medidas para cumprir metas orçamentais fossem tratadas genericamente como "austeridade". Digamos que o congelamento de descativações de despesa e de utilização de saldos de gerência dos serviços, a redução dos fundos disponíveis nas entidades públicas e a não assunção de novos compromissos, durante três semanas, não é propriamente o mesmo que cortar pensões e aumentar impostos. Fazer disto um anúncio de "mais austeridade" é, para dizer o mínimo, pouco sério. Quer-se passar a ideia que qualquer corte, temporário ou definitivo, em qualquer despesa do Estado é uma traição. É uma forma de desculpabilizar os cortes que se fizeram em sectores sociais fundamentais, tratando tudo da mesma forma.»

"Concorde-se ou discorde-se das medidas em concreto, seria bom que nem todas as medidas para cumprir metas orçamentais fossem tratadas genericamente como 'austeridade'. Digamos que o congelamento de descativações de despesa e de utilização de saldos de gerência dos serviços, a redução dos fundos disponíveis nas entidades públicas e a não assunção de novos compromissos, durante três semanas, não é propriamente o mesmo que cortar pensões e aumentar impostos. Fazer disto um anúncio de 'mais austeridade' é, para dizer o mínimo, pouco sério. Quer-se passar a ideia que qualquer corte, temporário ou definitivo, em qualquer despesa do Estado é uma traição. É uma forma de desculpabilizar os cortes que se fizeram em sectores sociais fundamentais, tratando tudo da mesma forma."
(Isabel Moreira, na sua página do FB)

Para quem ainda não percebeu que o nosso sistema político comporta a Direita mais retrógada, porca, feia e má da Europa, tem agora diante de si... 

Uma oportunidade única de o comprovar!...

Até breve

Mas o maior drama acontece, quando a própria figura não o percebe!...


INSTRUMENTALIZAÇÃO

«1. A insatisfação reinante no PSD e no CDS com a declaração de Marcelo Rebelo de Sousa a favor de uma magistratura presidencial isenta e “sem estados de alma” em relação ao governo que estiver em funções revela mais uma vez a concepção instrumental que a direita tem da função presidencial... [...]

2. Não há nada de mais pernicioso na compreensão da função presidencial no nosso sistema constitucional do que a noção de “semipresidencialismo”, que por atavismo continua a prevalecer entre nós no discurso jornalístico e mesmo em parte do discurso constitucional... [...]

A um mês de novas eleições presidenciais, há duas coisas que todos os candidatos deveriam compreender: não lhes cabe governar nem tomar partido a favor ou contra o governo em funções. Os governos passam, o PR fica.»
(Vital Moreira, in DN)

O grande drama da enorme maioria do eleitorado português será continuar sem perceber para que serve o Presidente da República, depois da última revisão constitucional.

Mas o maior drama acontece, quando a própria figura não o percebe!...

Até breve

Entre o Inferno e o Paraíso!...



Talvez ainda não seja este o caminho para o Paraíso mas, pelo menos, afastámo-nos do Inferno!...


Até breve

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Portugal está melhor!...


Os pequenos passos devem ser assinalados

José Pacheco Pereira lançou o quarto volume da sua biografia de Álvaro Cunhal e não é da obra que vou falar, mas da mesa. Então, estavam o autor, JPP, o ministro da Cultura, João Soares, socialista, o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, do PCP, e o apresentador da obra, o historiador Fernando Rosas, do Bloco de Esquerda. Os três últimos, militantes da base partidária do actual governo. Uma coincidência, mera, como elas costumam ser apresentadas e muitas vezes são mesmo. Estavam os três, ali, por causa de JPP - a autoridade intelectual do autor, e no domínio da obra que se apresentava, chega para justificar a composição da mesa. Aquela mesa, hoje e aqui, existiu nesta semana e não é a naturalidade com que o facto aconteceu que nos deve fazer esquecer que não foi sempre assim. Cidadãos do mesmo país, que profissional e intelectualmente se respeitavam, estiveram separados por anátemas ideológicos. Aquela mesma mesa o confirma. O primeiro volume da biografia de Cunhal foi boicotado porque o autor, por ter sido esquerdista e depois militante do PSD, era considerado um pestífero da direita. "Não falem ao Pacheco!", foi directiva para lhe secarem os testemunhos. Agora, com aquela mesa, se mostra que houve uma evolução. Mas esta só se torna válida quando é dita: Portugal está melhor. Por exemplo, está parecido com a Itália de quando os comunistas e os democratas-cristãos se sentavam à mesma mesa. Há 40 anos.
(Ferreira Fernandes, Um ponto é tudo, in DN)

Portugal está melhor! E foi preciso apenas um pequeno passo, dos muitos que ainda teremos de caminhar para que se cumpram os sonhos de tantos e tantos que já partiram de braços caídos e com a amargura no coração...

Portugal está melhor! No ar que se respira, no sorriso das gentes que passam, na música que, timidamente ainda, vai secando o "pântano pimba" que quase chegou a inundar-nos, no teatro que parece ganhar coragem para regressar e em todas as outras artes, tristes e moribundas por tão ignóbil asfixia...

Portugal está melhor! E tudo numa questão de dias. Tão apertada estava a mordaça austeritária e ultraliberal, que bastaram dias para que se soltasse o que de bom ainda existia neste povo amargurado e triste, obrigado a engolir narcóticos que, lentamente, acabariam por conduzi-lo à indigência...

Sim, Portugal está melhor! Tomara que nenhuma tempestade afaste esta primavera!...

Até breve

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

"O Sermão de Santo António aos peixes"!...


Segundo o que a agência LUSA terá apurado e recentemente divulgou, existirão duas correntes de pensamento dentro da direcção da bancada parlamentar socialista, sobre a resolução que o partido deverá tomar no que concerne à eleição dos novos cinco conselheiros de estado que cabe à AR designar.

Ambas defendem a quebra da tradição da aplicação do método de Hondt aos resultados eleitorais, que atribuiria 3 deputados à coligação PàF e 2 ao PS, defendendo que o método deverá ser aplicado à actual correlação de forças que, no Parlamento, permitiu ao PS formar Governo, ou seja, à Esquerda caberão 3 deputados, enquanto a Direita terá de se contentar com 2 deputados apenas. A Direita estrebuchará como Cavaco Silva estrebuchou, mas seguramente que a aritmética parlamentar voltará a impôr a sua lei, sem que o PS tenha de pedir a mão a ninguém. É a vida e a Direita terá de se ir habituando!...

Mas o que verdadeiramente importará analisar, resulta da dificuldade de harmonizar cada uma das diferentes correntes de pensamento existentes na direcção parlamentar socialista, sobre a distribuição dos 3 lugares que a Esquerda terá de indicar para o Conselho de Estado, a saber:

1 - Uma corrente, aparentemente maioritária, defenderá que deve caber ao PS a indicação de dois nomes socialistas, resultando daí que o terceiro nome deverá ser alvo de consenso entre BdE e PCP.

2 - A outra corrente, mais sensível ao acordo e compromissos políticos que viabilizaram o Governo PS, encara como justa e natural a possibilidade de o segundo e terceiro nomes serem respectivamente preenchidos pelo BdE e pelo PCP, mesmo que isso possa ser entendido como uma cedência do PS, que acabaria por abdicar de um lugar no Conselho de Estado, mas ao mesmo tempo contribuiria para reforçar o clima de confiança entre as bancadas de esquerda.

Ora eu, aqui do meu canto e pese embora a minha opinião valer tanto como um grão de areia no deserto do Saara, não me é difícil de imaginar nos defensores da primeira corrente, sementes do cepticismo recalcado de Assis e quejandos, que António Costa foi deixando pelo caminho neste complexo processo de aproximação da Esquerda, mas que ainda estarão vivas e latentes aguardando apenas as melhores condições para germinarem.

Já na segunda corrente, vejo a verticalidade, a integridade, a solidariedade e a defesa de valores que deveriam ser parte integrante e inalienável de um grande partido de Esquerda, tal como entendo o PS deveria ser mas, infelizmente, nunca foi, não é e não sei se alguma vez será.

Parecem esquecer os socialistas que constituem aquela primeira corrente, que não adjectivarei porque nesta hora difícil a minha responsabilidade de cidadão de esquerda mo impede, que foram as forças partidárias - BdE, PCP e PEV - a quem agora lançam o cínico anátema do consenso para definir o terceiro nome, as responsáveis pela colocação de dois conselheiros socialistas que farão parte, por inerência, do futuro Conselho de Estado: o Presidente da AR, Ferro Rodrigues e o Primeiro-Ministro, António Costa. Afinal, não estará o Partido Socialista antecipadamente ressarcido do conselheiro de que agora deverá abdicar?!...

A este cidadão independente, socialista, republicano e laico que sou, quer-me parecer que de novo António Costa deverá, necessária e urgentemente, suspender pelo tempo que entender necessário, a ciclópica tarefa de que foi investido, e voltar ao seio do seu grupo parlamentar na "Casa da Democracia", para a todos pregar, qual Padre António Vieira...

"O Sermão de Santo António aos peixes"!...

Até breve

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Será que alguém pensa que Costa vai pedir a mão ao Coelho?!...


Querem um conselho? Adiem os conselheiros

»A notícia: a substituição dos conselheiros de Estado, na quota dos eleitos pelo Parlamento, dará cinco novos conselheiros. O órgão e a função são tão pouco conhecidos que é prudente lembrar: o Conselho de Estado aconselha o PR. Eu julgo, tendo em vista a data da eleição, já para a semana, que se esqueceram desse pormenor. Não vos parece despropositado eleger, já, cinco pessoas que vão aconselhar outra que acaba a função dentro de semanas? E sem conhecer, ainda, aquela que elas vão servir durante os próximos anos? É que a importância dos conselheiros vale pelo aconselhado. Por exemplo, apontar o caminho certo a quem tem a mania de contrariar pode até ser perigoso. Na crise política que vivemos recentemente, o actual Presidente ignorou os conselhos do Conselho de Estado. Isso diz pouco dos conselheiros, e muito sobre o renitente aconselhado (sabe-se que os conselhos são mal recebidos por quem mais precisa deles). Para aconselhar o actual Presidente, que é alguém um bocado..., digamos, falho de imaginação, eu veria bem cinco tipos estimulantes. Daqueles capazes de tirar da modorra um ancorado nas suas certezinhas. É certo que assim talvez ainda tivéssemos umas semanas para ajudar a esquecer a tristeza cinzenta de dois mandatos. Mas, lá está, não seria arriscado, a troco dessas semanas felizes, termos cinco acelerados para os anos vindouros? Vejam cinco conselheiros a dizerem "mata" a um PR como Marcelo, que diria logo "esfola"...»
(Ferreira Fernandes, Opinião, in DN)

Parece que estou mesmo a ver Francisco Louçã e Carlos Carvalhas a dizerem "mata" a Marcelo...

Ou será que alguém pensa que Costa vai pedir a mão ao Coelho?!...

Até breve

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O tempo é de expectativa e ai de quem perder a noção do horizonte!...


«O barómetro político de Dezembro, realizado pela Aximage para o Jornal de Negócios e o Correio da Manhã, aponta para uma subida de 1,1 pontos percentuais nas intenções do voto no PS. Os socialistas surgem agora com 34%, mas permanecem atrás do PSD, que sozinho consegue 35,2% das intenções de voto.

O CDS, que a partir de Dezembro surge neste barómetro separado do seu parceiro da Coligação Portugal à Frente (PaF), aparece com 4,1% das intenções de voto. O que somado ao PSD dá um resultado inferior ao obtido pela PaF em Novembro (40,1%).

O barómetro, realizado entre 28 de Novembro e 2 de Dezembro (já após a tomada de posse do Governo PS), dá a segunda subida mensal ao PS, que em Outubro tinha atingido o resultado mais baixo do ano (32,5%).»(Fonte: Jornal de Negócios)

As sondagens valem o que valem e a avaliação dos seus resultados há-de sempre depender das circunstâncias em que são realizadas, variando naturalmente a sua interpretação segundo o prisma de cada analista.

Esta última sondagem da Aximage para o Negócios e CM, revela a meu ver, aquilo que muitos analistas mais libertos do gueto para onde foi empurrada uma comunicação social que, na sua generalidade e nos últimos cinco anos, se revelou incapaz de resistir ao apelo da alvura das toalhas da mesa do poder, há muito vinham prognosticando. Só não o constatará quem continuar a persistir no inclassificável "ensaio sobre a cegueira" sugerido ou imposto por uma Direita mais inclassificável ainda.

Nesta condição, estará à vista o incontornável processo de extinção do CDS/PP, que só agora parece encaminhar-se para a inelutável afirmação da sua verdadeira dimensão e, muito provavelmente, a ser empurrado para a inevitável e "irrevogável" integração no PSD, agora também irrevogavel e doutrinariamente preparado para esse há muito vaticinado amplexo.

Por outro lado assiste-se na Esquerda e sem surpresa, a uma lenta mas sustentada recuperação do PS, enquanto o BE parece apostado em consolidar definitivamente a sua posição de terceira força partidária, relegando o PCP para uma expressão que, muito provavelmente, mais não será que o reflexo da sua anacrónica ortodoxia, pese embora todo o "aggiornamento" revelado após as últimas legislativas, a meu ver insuficiente para lhe permitir renovar e engrossar as fileiras com sangue novo, condição necessáriamente incontornável à sua sobrevivência.

Veremos os efeitos que o novo enquadramento parlamentar e a subsequente acção governamental determinarão no futuro!...

O tempo é de expectativa e ai de quem perder a noção do horizonte!...

Até breve

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Para que serve a utopia?! Para que ninguém deixe de caminhar!...


O mito



«1. O ex-primeiro-ministro Passos Coelho veio dizer que é ainda possível alcançar no corrente ano um défice das contas públicas abaixo dos 3%, "bastando manter o nível de esforço de despesa e de ter o mesmo padrão de receita que foi observado até Outubro".
Antes de mais, é evidente que Passos Coelho já deitou às urtigas o défice de 2,7%, que é o que consta do orçamento. Pelo quarto ano consecutivo o seu Governo falhou as metas orçamentais por si mesmo definidas. É obra!

Quanto ao défice abaixo dos 3%, é verdadeiramente cínica a condição de manutenção do "mesmo padrão de receita". Primeiro, porque isso não depende do novo Governo nestas poucas semanas que restam até ao fim do ano. Segundo, porque toda a gente sabe que é justamente o "padrão da receita" que se degradou já no terceiro trimestre, em consequência da estagnação da economia e que levou o Governo PSD-CDS a consumir uma larga fatia da "almofada" orçamental existente. Dizer que ainda há um duodécimo dessa almofada para gastar não é sério, quando vai ser necessário muito mais do que isso.

2. O que tudo isto mostra é o fim do mito da competência financeira dos governos da direita. Além de ter sempre ficado aquém das metas orçamentais estabelecidas, provavelmente vai ser necessário que o novo Governo do PS recorra a medidas extraordinárias para fazer sair o Pais da situação de défice excessivo, o que a coligação de direita tinha dado como certo e seguro.

Não deixa de ser uma ironia ver um Governo do PS a salvar um objectivo orçamental essencial que a super-austeridade orçamental da direita não conseguiu alcançar!»
(Vital Moreira, in Causa Nossa)


Foram precisos quatro longos e penosos anos para que o povo fizesse cair nas urnas um dos maiores mitos da II República e os partidos de toda a Esquerda fossem capazes de dar corpo, finalmente, ao mais elementar e profundo sentir de uma grande maioria dos portugueses!...

Agora é preciso que essa grande maioria de portugueses e todos os partidos que à Esquerda a representam na "Casa da Democracia", se consciencializem que o que foi destruído em quase cinco anos, será impossível de reconstruir em meia dúzia de dias!...

Que todos tenhamos a noção da obra gigantesca que se nos apresenta no horizonte! Que todos tenhamos bem presente...


Até breve

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Afinal, há mesmo gente feliz com lágrimas!...


Aqui do meu canto, tenho acompanhado com a disponibilidade que "este não fazer nada e tudo comprar feito" com que a vida se encarregou de me compensar por bem mais de três décadas de trabalho, como homem que Platão terá definido como da "terceira espécie", estas primeiras sessões da nossa renovada "Casa da Democracia". 

E tenho vindo a tentar interpretar com extrema curiosidade, o que me dizem os rostos dos nossos representantes parlamentares mais ousados que, em vez de se enterrarem nas cadeiras e refugiarem no cómodo silêncio e complacente anonimato, arriscam com coragem enfrentar a câmara, os apupos e os aplausos dos seus pares, sabendo que também as câmaras e os microfones os levarão até àqueles que lhes colocaram sobre os ombros a responsabilidade representativa maior da nossa jovem Democracia.

Não irei falar-vos do azedume e degradada elevação protagonizada por quase todos os deputados de uma Direita que se julgava dona e senhora do parlamento, da governação e saberão os deuses de mais o quê. Não vale a pena dissertar sobre algo que atenta contra tudo o que o progresso civilizacional e cultural nos trouxe ao longo de milénios. Os ilustres representantes da direita mais abstrusa e retrógrada da Europa, parecem ter regredido a tempos que envergonhariam os seus congéneres da Antiga Grécia. Que fiquem com as suas razões, que o tempo também passará sobre eles...

Prefiro deter-me nas agradáveis sensações que tenho recolhido nos nossos parlamentares de uma Esquerda, que vejo pela primeira vez na minha vida, feliz e finalmente unida. E o que tenho visto eu?!...

Pois, a mesma voluntariedade, a mesma determinação, as mesmas convicções profundas e inalienáveis, mas... Sinto que vejo no rosto de cada um, qualquer coisa de diferente, direi mesmo de comovente, que me leva a acreditar e a confessar-vos sem vergonha e com o coração, que é verdadeira esta leve humidade que por vezes se apodera do meu canto do olho!

Tenho medo de acreditar que "uma tamanha revolução" estará em marcha na nossa "Casa da Democracia" e que esta agradável sensação se estenderá por toda uma legislatura. Mas não preciso de coragem para vos dizer que desde a madrugada redentora de 25 de Abril e da Festa do 1º de Maio que se lhe seguiu, nunca mais tinha sentido dentro de mim tamanha emoção.

Mas o que vejo então hoje de diferente, nos rostos daquelas mulheres e homens a quem aqui humildemente hoje presto a minha homenagem?! Pois meu amigos, permitam que vos confesse: vejo ALEGRIA! Vejo em cada um deles o brilhozinho nos olhos que exibia há 41 anos todo aquele que transportava na mão ou na lapela um "cravo de Abril"! Vejo-lhes no rosto a certeza e a felicidade de que, finalmente, sentem que estão do lado certo, do lado do povo que os elegeu e trabalham em prol de uma "causa maior", a maior de todas, a causa do povo a que pertencem!...

E permitam-me destacar apenas um episódio, ocorrido hoje na votação da moção de rejeição apresentada pela Direita: por ironia sabe-se lá de quê, a sofisticada tecnologia do voto electrónico, tramou o deputado Jerónimo de Sousa, que teve de se levantar e pronunciar sózinho e publicamente, o sentido do seu voto. Pois com o maior dos sorrisos de que alguma vez me lembro nele ter visto, levantou-se e agradeceu à falha electrónica a possibilidade que lhe facultou de declarar, ali, perante toda a câmara, com alegria e convicção, a sua rejeição à "proposta de rejeição do governo", apresentada pela Direita!...

Em momento sublime que não mais esquecerei, jorrou alegria dos olhos, das rugas, da boca, dos braços e, sei também do coração, de Jerónimo de Sousa!...

Afinal, há mesmo gente feliz com lágrimas!...

Até breve

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

... Só para ver quem será colocado no pelourinho!...


«O Produto Interno Bruto (PIB) registou, em termos homólogos, um aumento de 1,4% em volume no 3º trimestre de 2015 (variação de 1,6% no trimestre anterior). O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no 3º trimestre (passando de 3,5 pontos percentuais (p.p.) no 2º trimestre para 1,9 p.p.), refletindo a desaceleração do Investimento e, em menor grau, das despesas de consumo final. A procura externa líquida registou um contributo negativo (-0,5 p.p.), embora de magnitude inferior ao observado no 2º trimestre (-2,0 p.p.). Refira-se ainda que se verificou um ganho de termos de troca superior ao do trimestre anterior, com o deflator das importações a registar uma redução significativa, sobretudo em resultado da diminuição dos preços dos bens energéticos. Em termos nominais, o Saldo Externo de Bens e Serviços aumentou no 3º trimestre, passando de 0,1% do PIB no 2º trimestre para 1,3%.
Comparativamente com o 2º trimestre, o PIB registou uma taxa de variação nula em termos reais (0,5% no 2º trimestre). O contributo da procura interna foi negativo devido principalmente à redução do Investimento, enquanto a procura externa líquida contribuiu positivamente, tendo as Importações de Bens e Serviços diminuído de forma mais intensa que as Exportações de Bens e Serviços.»

Agora é mesmo oficial! Ao contrário do embuste apresentado pela Direita durante a campanha eleitoral, as estatísticas oficiais, convenientemente guardadas na gaveta à espera da vitória eleitoral para depois sofrerem o habitual "tratamento", começam agora a ver, de forma dramática para os portugueses e porque os "mandadores do baile" agora são outros, a luz do dia: afinal e pese embora toda a propaganda, aquela gente não deixou a economia a crescer, nem o desemprego a descer!...

E na mesma linha são apresentados todos os índices mais importantes, cujo significado apenas sugere uma acentuada travagem da economia, que naturalmente se traduzirá na simples evaporação de todas as metas anunciadas, nomeadamente o défice orçamental e a dívida pública, pormenor desinteressante a que nem Cavaco tinha dado qualquer importância: "a esfíngica figura plantada em Belém nunca se engana e raramente tem dúvidas"!...

Não perderei nenhum directo da AR, na já próxima discussão do programa do novo Governo, só para ver quem será colocado no pelourinho!...

Até breve

Compreendemos! Perfeitamente!...




Grandes processos judiciais protegidos por pacto de silêncio




E porque só agora o senhor director, deligente e solícito, resolveu fazer uma coisa que já podia ter feito há mais de dois anos?!...

Obviamente que agora a música é outra! Compreendemos! Perfeitamente!...

Até breve


DiDiretor do departamento que investiga Sócrates quer "compromisso de confidencialidade" por escrito para evitar violação do segredo

retor do departamento que investiga Sócrates quer "compromisso de confidencialidade" por escrito para evitar violação do segredo

Diretor do departamento que investiga Sócrates quer "compromisso de confidencialidade" por escrito para evitar violação do segredo

sábado, 28 de novembro de 2015

Sem deixar saudade, pequeno e pela porta dos fundos!...


Cavaco, com a elegância e o sentido de estado que sempre o caracterizaram, ameaçou: dos poderes de que dispõe para controlar o novo Governo de António Costa “só o de dissolução parlamentar se encontra cerceado”. Para bom entendedor, nas entrelinhas pode ler-se que os vetos presidenciais poderão constituir a arma certeira para Cavaco mostrar a cor da sua azia sobre esta solução “inédita” que a contragosto se viu obrigado a tomar. É por isso que não constituirá surpresa para ninguém que o primeiro-ministro  tenha recomendado à sua equipa e aos deputados socialistas, para actuarem no sentido de que, para Belém, só sejam enviados nos meses que faltam de mandato de Cavaco, os documentos “inevitáveis” e, idealmente, apenas o Orçamento do Estado para 2016.

Segundo a opinião de conceituados analistas , António Costa pretenderá o “conflito mínimo” com Cavaco Silva e uma relação tão concentrada no estritamente essencial quanto possível. Isso na prática significará que da Assembleia da República pouco mais saia nos próximos meses do que o Orçamento do Estado para 2016. E mesmo no que a este diz respeito, com a sua aprovação minimamente garantida pelos partidos da esquerda e o inevitável atraso na sua aprovação, Costa gozará do conforto necessário para acreditar que Cavaco poucos ou nenhuns entraves poderá colocar à sua entrada em vigor, sob pena de borrar ainda mais a sua tão degradada imagem, se ousar entrar em profunda contradição com o sempre tem afirmado.

O "homem do Poço" acaba esturricado na fogueira que ele próprio acendeu e alimentou. E como todo o corpo carbonizado, acaba por ser condenado à pena máxima que jamais julgou lhe seria atribuída: a redução da sua figura, em todas as dimensões que imaginar se possam, à pequenez que sempre exibiu ao longo de 35 anos de carreira política, de que a feliz imagem que acima é publicada, será a melhor legenda!...

Acabará como merece acabar: sem deixar saudade, pequeno e pela porta dos fundos!...

Até breve

Fascismo encapotado de ultraliberalismo, NUNCA MAIS!...


Não lhes perdoo!!!...


«Acaba hoje aquela que constitui a mais penosa experiência política a que me foi dado assistir na minha vida adulta em democracia. Salvaguardadas as excepções que sempre existem, quero dizer que nunca me senti tão distante de uma governação como daquela a que este país sofreu desde 2011.

Não duvido que alguns dos governantes que hoje transitam para o passado tentaram fazer o seu melhor ao longo destes cerca de quatro anos e meio. Em alguns deles detectei mesmo competência técnica e profissional, fidelidade a uma linha de orientação que consideraram ser a melhor para o país que lhes calhou governarem. Mas há coisas que, na globalidade do governo a que pertenceram, nunca lhes perdoarei.

Desde logo, a mentira, a descarada mentira com que conquistaram os votos crédulos dos portugueses em 2011, para, poucas semanas depois, virem a pôr em prática uma governação em que viriam a fazer precisamente o contrário daquilo que haviam prometido. As palavras fortes existem para serem usadas e a isso chama-se desonestidade política.

Depois, a insensibilidade social. Assistimos no governo que agora se vai, sempre com cobertura ao nível mais elevado, a uma obscena política de agravamento das clivagens sociais, destruidora do tecido de solidariedade que faz parte da nossa matriz como país, como que insultando e tratando com desprezo as pessoas idosas e mais frágeis, desenvolvendo uma doutrina que teve o seu expoente na frase de um anormal que jocosamente falou, sem reacção de ninguém com responsabilidade, de "peste grisalha". Vimos surgir, escudado na cumplicidade objectiva do primeiro-ministro, um discurso "jeuniste" que chegou mesmo a procurar filosofar sobre a legitimidade da quebra da solidariedade inter-geracional.

Um dia, ouvi da boca de um dos "golden boys" desta governação, a enormidade de assumir que considerava "legítimo que os reformados e pensionistas fossem os mais sacrificados nos cortes, pela fatia que isso representava nas despesas do Estado mas, igualmente, pela circunstância da sua capacidade reivindicativa de reacção ser muito menor dos que os trabalhadores no activo", o que suscitava menos problemas políticos na execução das medidas. Essa personagem foi ao ponto de sugerir a necessidade de medidas que estimulassem, presumo que de forma não constrangente, o regresso dos velhos reformados e pensionistas, residentes nas grandes cidades, "à provincia de onde tinham saído", onde uma vida mais barata poderia ser mais compatível com a redução dos seus meios de subsistência.

Fui testemunha de actos de desprezo por interesses económicos geoestratégicos do país, pela assunção, por mera opção ideológica, por sectarismo político nunca antes visto, de um desmantelar do papel do Estado na economia, que chegou a limites quase criminosos. Assisti a um governante, que hoje sai do poder feito ministro, dizer um dia, com ar orgulhosamente convicto, perante investidores estrangeiros, que "depois deste processo de privatizações, o Estado não ficará na sua posse com nada que dê lucro".

Ouvi da boca de outro alto responsável, a propósito do processo de privatizações, que "o encaixe de capital está longe de ser a nossa principal preocupação. O que queremos mostrar com a aceleração desse processo, bem como com o fim das "golden shares" e pela anulação de todos os mecanismos de intervenção e controlo do Estado na economia, é que Portugal passe a ser a sociedade mais liberal da Europa, onde o investimento encontra um terreno sem o menor obstáculo, com a menor regulação possível, ao nível dos países mais "business-friendly" do mundo".

Assisti a isto e a muito mais. Fui testemunha do desprezo profundo com que a nossa Administração Públuca foi tratada, pela fabricação artificial da clivagem público-privado, fruto da acaparação da máquina do Estado por um grupo organizado que verdadeiramente o odiava, que o tentou destruir, que arruinou serviços públicos, procurando que o cidadão-utente, ao corporizar o seu mal-estar na entidade Estado, acabasse por se sentir solidário com as políticas que aviltavam a máquina pública.

No Ministério dos Negócios Estrangeiros, assisti a uma operação de desmantelamento criterioso das estruturas que serviam os cidadãos expatriados e garantiam a capacidade mínima para dar a Portugal meios para sustentar a sua projecção e a possibilidade da máquina diplomática e consular defender os interesses nacionais na ordem externa. Assisti ao encerramento cego de estruturas consulares e diplomáticas (e à alegre reversão de algumas destas medidas, quando conveio), à retirada de meios financeiros e humanos um pouco por todo o lado, à delapidação de património adquirido com esforço pelo país durante décadas, cuja alienação se fez com uma irresponsável leveza de decisão.

Nunca lhes perdoarei o que fizeram a este país ao longo dos últimos anos. E, muito em especial, não esquecerei que a actuação dessas pessoas, à frente de um Estado que tinham por jurado inimigo e no seio do qual foram uma assumida "quinta coluna", conseguiu criar em mim, pela primeira vez em mais de quatro décadas de dedicação ao serviço público - em que cultivei um orgulho de ser servidor do Estado, que aprendi com os exemplos do meu avô e do meu pai -, um sentimento de desgostosa dessolidarização com o Estado que tristemente lhes coube titular durante este triste quadriénio.

Por essa razão, neste dia em que, com imensa alegria, os vejo partir, não podia calar este meu sentimento profundo. Há dúvidas quanto ao futuro que aí vem? Pode haver, mas todas as dúvidas serão sempre mais promissoras que este passado recente que nos fizeram atravessar. Fosse eu católico e dir-lhes-ia: vão com deus. Como não sou, deixo-lhe apenas o meu silêncio.»
(Francisco Seixas da Costa, in blog Jardim das Delícias)

Todos assistimos durante uma terrível e longa legislatura, ao maior "movimento revanchista" perpetrado nas quatro décadas da nossa ainda jovem II República!

Todos assistimos a um delibrado e perverso estiolamento dos cravos de Abril, dos seus valores e princípios, de toda a esperança que nos trouxe essa redentora madrugada, num verdadeiro atentado à Esperança, Liberdade, Igualdade e Fraternidade que o 25 de Abril nos trouxe... 

Todos assistimos a essa obra maquiavélica, só ao alcance do fundamentalismo de um "estado satânico" que o próprio povo colocou no poder!...

Fascismo encapotado de ultraliberalismo, NUNCA MAIS!...

Até breve

Habituem-se!...



«... Acabou.



Acabou. Percebe-se no ar que chegou ao fim uma época, um momento da nossa vida colectiva e que existe um desejado ponto sem retorno. E, na verdade, para “aquilo” já não é possível voltar, pode ser para outra coisa pior ou para outra coisa diferente, mas para o mesmo já não há caminho.

O modo como “acabou” conta muito, porque é diferente dos modos tradicionais da vida política portuguesa. Se o governo PSD-PP tivesse acabado nas urnas por uma vitória do PS mesmo tangencial, o efeito de ruptura estaria muito longe de existir, mesmo que o governo PS não fizesse muito de diferente do que o actual governo minoritário vai fazer. Foi a ecologia da vida política portuguesa que mudou, com o fim da tese do “arco de governação” e, mais do que qualquer solução, que pode ser precária, não durar ou acabar mal, acabou a hegemonia de uma das várias construções que suportavam a ideologia autoritária que minava a democracia nestes dias, a do “não há alternativa”.

Acabaram os votos de primeira e os de segunda, com o escândalo de também os votos de um torneiro numa oficina de reparações, que faz todas as opções erradas e tribunícias, é sindicalizado nos metalúrgicos, vive na margem sul, e vota na CDU, também valer para que haja um governo de pacíficos funcionários públicos e professores que votam no PS, ex-membro do “arco da governação”. Não é por amor ao governo de Costa, nem ao PS, é outra coisa, é porque não queriam os “mesmos” e foi essa força que os fez acabar. Vem aí o PREC? Se a asneira pagasse multa podíamos enviar os asneirentos num pacote para pagar a dívida e ainda ficávamos com um superavit.»
(José Pacheco Pereira, Opinião, in jornal Público)


Afinal há alternativa! E tão legítima e incontornável, que nem a "paralisia mental da esfíngica figura plantada em Belém" e toda a truculenta raiva dos seus acólitos e fiéis vassalos "lambe-botas", foram capazes de suster ou inviabilizar! Na Casa da Democracia o Povo voltou a ser quem mais ordena!

Habituem-se!...

Até breve