O nosso vice-primeiro ministro, do alto da sua cátedra, terá afirmado a sua irrevogável convicção de que, "... os mais pobres não se manifestam e não aparecem na televisão".
Em Lisboa, na ponte 25 de Abril, todos teremos assistido a uma manifestação de "não pobres", porque só os ricos terão tido possibilidades de "encomendar" 400 autocarros e fazê-los desaguar em Alcântara, onde terão "exigido" a manutenção no poder, de um governo "do povo e para o povo". Pudera, todo aquele imenso mar de criaturas era constituído por "rica gente", que apenas desejava a continuação dos privilégios da "gente rica"!
No Porto, na ponte do Infante, pudemos assistir ao que a imagem acima reflecte, onde, exactamente, tivemos uma pequena manifestação. O estupor do fotógrafo, também rico, esqueceu em casa a lente "grande-angular", e só apanhou uns insignificantes magotes de ricos "homens, mulheres e crianças"! Os pobres ficaram em casa. Não gostam de aparecer na televisão!
E com esta irrevogável convicção, Paulo Portas dormiu descansado, porque os pobres não passaram nas pontes, nem apareceram nas televisões e não incomodaram por isso o "turistame" que nos deixa por cá a guita.
Para o nosso vice-primeiro - ou será primeiro mesmo?! -, Portugal é um oásis, onde os pobres, de tão felizes, nem pensam em manifestar-se. Quanto a aparecer na televisão, isso é para os parôlos, e os pobres desde que o têm do seu lado, deixaram de o ser e de cair nas esparrelas das centrais sindicais dos ricos!...
Portugal é um país de invertidos: os pobres ficam em casa e os ricos protestam nas ruas e aparecem indignados nas televisões. Mas, felizmente, temos um vice-primeiro ministro que não é invertido! Irrevogavelmente!!!...
Portugal é um país de invertidos: os pobres ficam em casa e os ricos protestam nas ruas e aparecem indignados nas televisões. Mas, felizmente, temos um vice-primeiro ministro que não é invertido! Irrevogavelmente!!!...
Até breve
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