Não sou capaz de encontrar algum ponto positivo que tenha sobrado da rápida incursão que a "esfíngica múmia", que infelizmente uma maioria de votos, que não de portugueses, colocou em Belém, fez às terras frias e civilizadas da Suécia.
O pobre do homem continua fechado no seu círculo de giz, e julgará o povo que visitou, pelos mesmos padrões com que se habituou a julgar aquele que o viu nascer: ignorante, estupidificado e brando. Há quem atribua esses factos à senilidade precoce que parece evidenciar e outros dirão que não se deveria ter pronunciado, depois de almoço bem regado com vinho sueco, que ele terá jurado a pés juntos não imaginar pudesse ser produzido por lá. Eu penso que a causa se terá ficado a dever a D. Maria, que ao preparar-lhe a mala para a viagem, se terá enganado e colocado inadvertidamente, junto com as meias e as cuecas, o pequeno embrulho de desespero que o marido ultimamente tem tentado esconder lá em casa e que, por azar, terá decidido esconder entre as suas peças de roupa mais íntimas.
De facto, afirmar ao povo sueco, que há séculos pauta o comportamento de quem o governa, pela regra de ouro vertida na lei, que em Portugal só agora começa a ver a luz do dia... em algumas casas de banho - deixe tudo igual ao que encontrou -, que esta "lusa sociedade de negócios" já saiu da recessão e iniciou um caminho de próspero crescimento, só poderá ser entendido quando a senilidade ou a bebedeira ultrapassam certos limites, ou então, como parece ser o caso, quando o desespero tolda o raciocínio.
E o desespero desta "múmia paralítica" começa a tornar-se de tal modo evidente, que lhe tolda completamente a capacidade de avaliação das diferentes plateias que o possam escutar e terá confundido os louros suecos que o ouviram de sobrolho franzido de surpresa, com um qualquer anfiteatro da católica, onde afinal poucas ou nenhumas aulas terá dado.
Desesperadamente dramática será a sensação que o afoga, de começar a concluir que afinal não consegue sequer engolir a "sopa" que cozinhou. A onda ultraliberal que fomentou e apadrinhou, em vez da recuperação que clamou na Suécia, estará a resultar em cada dia, no aumento da dívida. O resgate dos bancos falidos, a austeridade sobre os mais fracos, a subserviência aos ditames da troika e da alta finança internacional, estarão efectivamente a aumentar a profundidade do poço, para onde, inexoravelmente, uma mão invisível parece querer arrastá-lo também.
Depois de todo o complexo processo eleitoral autárquico, o chão onde se move o derrotado ultraliberalismo português, comandado ou permitido pela "triste figura" que temos em Belém, ter-se-á tornado mais escorregadio que um campo de gelo vidrado. As contas terão ficado ainda mais baralhadas e o povo assiste a um distúrbio intestinal generalizado nos ventres de todos os partidos que se acotovelam em volta da manjedoura. Mas seguramente que em todo o espectro político português, a criatura que nos tempos mais próximos, passará mais tempo na sanita, será a mesma em quem a "farpela" de palhaço parece ter assentado melhor.
Até breve
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