quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Lá, como cá, é preciso desmantelar o triângulo!!!...


Fixem bem este nome: Yanis Varoufakis! É o novo Ministro das Finanças da Grécia, um título a somar ao extenso currículo que apresenta: professor na Universidade de Atenas, doutorado em economia pela Universidade de Essex e que repartiu funções por várias universidades, um pouco por todo o mundo, tendo participado de forma activa no debate dos últimos anos sobre a crise do euro.

Aos 53 anos, este greco-australiano, em doloroso processo de divórcio com o seu mundo académico de sempre e onde terá alcançado brilhantismo e respeito pouco comuns, prepara-se para assumir o desafio de uma vida: a busca da dignidade,  em nome do povo grego e assumindo o confronto com o ultraliberlismo europeu, a soldo de uma nova ordem mundial, cuja génese, tudo aponta para que tenha sido Bilderberg.

Entre 2004 e 2006 chegou a ser assessor económico de Georges Papandreou, antes de este liderar o Governo socialista grego, mas quando concluiu que os buracos do cesto onde despejava os conselhos, desaguavam no Mar Egeu, acabou, naturalmente, por se aproximar de Alexis Tsipras e do Syriza, bem mais próximos do seu pensamento.

Há muito defensor de que a dívida grega "É impossível de pagar, sempre foi impossível de pagar, porque todos sabiam que os gregos não podiam suportar esse fardo devido à crise.”, vive com a convicção profunda de que "É preciso colocar um fim a isto. A pretensão de que resolvemos o problema através de grandes empréstimos e austeridade tem de acabar. Para benefício de toda a Europa. E podemos fazer isso. Há formas muito sensíveis de reestruturar a dívida.”.

Este professor de Economia da Universidade de Atenas quer que o reembolso da dívida grega esteja dependente do crescimento da economia. Quer olhar para a Europa e ver nela “um parceiro de crescimento” e não uma instituição com a qual “ podemos contar na nossa miséria”. Também a  Alemanha, só desta forma se pôde libertar da sua dívida no pós II Grande Guerra. "Pensamos em propostas que até Wolfgang Schäuble não poderá recusar.”.

Profundo conhecedor da realidade grega, Varoufakis quer avançar com reformas, mas não da mesma forma que a Direita agora rejeitada pelo povo grego. Em seu entender, "Antonis Samaras conduzia a cirurgia com uma faca de talhante. Nós queremos usar o laser para não matar o paciente.”.

São suas, estas palavras, ainda recentemente afirmadas na nossa Antena1: “Esta crise deve-se à recessão, prejudicou centenas de milhares de gregos que tinham vidas médias mas dignas, e agora são sem-abrigo, pauperizados, vivem em condições que ninguém na Europa democrática devia suportar.“.

Um programa de “reformas profundas”, defende Varoufakis, jamais deverá ser imposto pelos credores internacionais. O novo combate deverá centrar-se na imunidade tributária das elites gregas, que não serão apenas sujeitos da tão propalada evasão fiscal: “Uma grande parte das suas rendas não são sequer tributadas.”.

“Existe uma cleptocracia na Grécia. Um triângulo vicioso que abarca os 'responsáveis do Estado, os banqueiros e os órgãos de comunicação'. Proporemos reformas para desmantelar este triângulo.”.

Um dia destes, apanho um avião para Atenas. Deve ser muito bom respirar por lá agora! E, ao contrário do que por cá acontece... HÁ ESPERANÇA!...

Até breve

Sem comentários:

Enviar um comentário