"... Portugal coleccionou nos últimos anos um rosário negro de indicadores macroecomómicos e sociais. Desemprego, quebra de rendimentos, pobreza, atingiram recordes de sempre, nos últimos 3 anos. Tal como atingiram máximos de sempre os aumentos de impostos e a injustiça na sua distribuição. 2015 arranca sem nenhuma esperança fundada de melhoria dos indicadores económicos e sociais. O Governo repete a receita cega do austerismo económico e da irresponsabilidade social. Por detrás do OE 2015 escondem-se vários jogos de sombras. Na verdade, são apenas truques destinados a criar, em ano eleitoral, três tipos de convicção: que o pior já passou, que o governo salvou o país e que até o nível de vida já melhorou. Nada mais falso. Sem níveis de investimento e de crescimento suficientes, cenário mais do que provável, agora agravado pelas sombras de deflação que pairam sobre a UE - que continua a ser o maior o principal destino das exportaçóes portuguesas - 2015 será apenas mais um ano desperdiçado.
O próximo Governo, certamente não este, terá como tarefa primordial a renegociação da dívida pública, que aumentou brutalmente nos últimos três anos. No actual formato de amortização, ela consome a maior parte dos recursos necessários para desenvolver o país. É preciso renegociar a dívida. Para libertar recursos, para criar riqueza e podermos pagá-la. É preciso refazer as contas. É preciso negociar prazos de amortização realistas. É preciso rever taxas de juro - algumas já acima dos valores normais de mercado. É preciso termos voz na Europa, agirmos com determinação, capacidade negocial e sem dramatizações. Precisamos uma nova atitude na Europa. Sem complexos, sem subserviências, com ambição para Portugal e para a Europa.
2015, com as eleições de Outubro e a mudança de governo, abre-nos essa oportunidade, essa esperança.
(Ana Gomes, in Causa Nossa)
Coloca-se pela frente a todos nós, portugueses, uma dura e dolorosa gestação de nove meses, até que "a esfíngica figura plantada em Belém", nos conceda a oportunidade de, democraticamente, fazer o que há muito, muito tempo e também democraticamente, um "el-rei" que ninguém pediu e que uma grande maioria hoje detesta e até odeia, deveria ter feito.
As razões fundamentais, se outras não houvesse, estão colocadas de forma clara e inequívoca, no excelente texto de Ana Gomes, de que extraí e publiquei acima, a parcela mais importante, mas por cujo suporte recomendo vivamente a leitura integral.
Que Outubro de 2015 não volte a ser o ritual do costume. Que a tomada de consciência da importância desse acto, por parte de todos aqueles que há mais de três anos veem sentindo o vilipêndio de uma governação desastrosa, seja uma redentora realidade.
"Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos", terá sido a palavra de ordem de Sebastião José de Carvalho e Melo, após o Terramoto de 1755, que outro rei, D. José, bem menos senil e mais pragmático e patriota que o actual, fez valer como lei prioritária e incontornável. E Lisboa foi salva!...
Hoje o quadro, sendo manifestamente tão aterrador como em 1755, revela-se contudo de mais fácil resolução!...
A peste e os mortos, jazem inclausurados de quarentena, nos palácios de Belém e São Bento e nos gabinetes ministeriais. E o seu enterro, em vez do beneplácito régio, dependerá exclusivamente da vontade popular.
Os portos, em vez de fechados, deverão ser abertos de par em par, para exportar a riqueza que formos capazes de produzir e importar apenas aquilo de que tivermos necessidade, numa relação sã, séria e honesta que nos permita viver com dignidade.
Os vivos, cuidar-se-ão a si próprios, desde que, em liberdade, a sua vontade seja respeitada. Porque a saúde, o pão, o tecto, a justiça e a educação dos nossos filhos, decorrerão dessa mesma vontade.
Em Outubro, sinto que seremos capazes!...
Até breve
2015, com as eleições de Outubro e a mudança de governo, abre-nos essa oportunidade, essa esperança.
(Ana Gomes, in Causa Nossa)
Coloca-se pela frente a todos nós, portugueses, uma dura e dolorosa gestação de nove meses, até que "a esfíngica figura plantada em Belém", nos conceda a oportunidade de, democraticamente, fazer o que há muito, muito tempo e também democraticamente, um "el-rei" que ninguém pediu e que uma grande maioria hoje detesta e até odeia, deveria ter feito.
As razões fundamentais, se outras não houvesse, estão colocadas de forma clara e inequívoca, no excelente texto de Ana Gomes, de que extraí e publiquei acima, a parcela mais importante, mas por cujo suporte recomendo vivamente a leitura integral.
Que Outubro de 2015 não volte a ser o ritual do costume. Que a tomada de consciência da importância desse acto, por parte de todos aqueles que há mais de três anos veem sentindo o vilipêndio de uma governação desastrosa, seja uma redentora realidade.
"Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos", terá sido a palavra de ordem de Sebastião José de Carvalho e Melo, após o Terramoto de 1755, que outro rei, D. José, bem menos senil e mais pragmático e patriota que o actual, fez valer como lei prioritária e incontornável. E Lisboa foi salva!...
Hoje o quadro, sendo manifestamente tão aterrador como em 1755, revela-se contudo de mais fácil resolução!...
A peste e os mortos, jazem inclausurados de quarentena, nos palácios de Belém e São Bento e nos gabinetes ministeriais. E o seu enterro, em vez do beneplácito régio, dependerá exclusivamente da vontade popular.
Os portos, em vez de fechados, deverão ser abertos de par em par, para exportar a riqueza que formos capazes de produzir e importar apenas aquilo de que tivermos necessidade, numa relação sã, séria e honesta que nos permita viver com dignidade.
Os vivos, cuidar-se-ão a si próprios, desde que, em liberdade, a sua vontade seja respeitada. Porque a saúde, o pão, o tecto, a justiça e a educação dos nossos filhos, decorrerão dessa mesma vontade.
Em Outubro, sinto que seremos capazes!...
Até breve
Um bom texto da Ana Gomes, tb acredito, amigo Álamo que em Outubro, vamos ser capazes, pois creio que este povo, que hoje somos, tão atormentado, espezinhado, empobrecido e ferido, ao longo destes anos, hoje já se terá apercebido do grande erro que foram as últimas eleições,e só pensará em sarar as feridas, e isso só vai ser possível com um governo que tenha a pessoa no centro das suas preocupações.
ResponderEliminarAbraço e SL