quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Entre a alegria fugaz do futebol e a amargura dos nossos dias!...





O futebol poderá ser muita coisa, até uma verdadeira, multifacetada e imprevisível caixa de Pandora. Há quem o entenda alienante e capaz de conduzir tanto à histeria, quanto à depressão colectivas. Mas que venham todos esses "entendedores", vulgarmente conotados com aquela franja "intelectualóide" que nada produz além de concepções presumidamente filosóficas, negar o fantástico sorriso nos lábios que atravessou Portugal de lés a lés, quando todo um povo constata em cada dia que se tivéssemos ao menos um ministro, um só que fosse, que valesse naquilo que faz, metade daquilo que Cristiano Ronaldo ofereceu, na última 3ª feira, ao povo de onde veio, o sector ou os sectores de que é responsável, estariam a anos-luz da situação que varre todos os ministérios deste desgraçado governo, que continua a conduzir esse mesmo povo à indigência.

Diga-se o que se disser dessa "coisa alienante ou mesmo ridícula" que é o futebol, o seu "primeiro-ministro" Paulo Bento, o seu "super-ministro Cristiano Ronaldo e todos os outros "ministros e secretários" de que se rodeou nesta saga gloriosa rumo ao Brasil, terão feito bem mais pelo seu povo, que a corja que nos governa e o "papa" que os abençoa, alguma vez fizeram durante todo o tempo que mediou entre as suas investiduras e a desesperança a que persistem em nos condenar. 

Mas eis senão quando, mal o fleumático Howard Webb soprou no apito pela última vez em Estocolmo, choveram na ignorada comitiva lusa destacada em terras suecas, as colagens presidenciais e governativas, descaradas e sem pudor, ao êxito do alienante e ridículo futebol. E o sorriso dos lábios que atravessou Portugal, desvaneceu-se e conteve-se. Por se pressentir nesse exacto momento, a ironia entre a alegria dada pelo futebol e a usura hipócrita e sem pudor da corja política.

Porque o povo sabe, que até à promessa de novas alegrias que nos poderão voltar a ser oferecidas em Terras de Santa Cruz no ano que vem, terá que voltar a cair na realidade nua e crua que nos envolve, terá muito que navegar, muita fome para suportar, muitos empregos para perder, muitos salários e pensões para serem reduzidos, muitas casas para perder, muitas escolas e muitos hospitais para trocar por uma dívida de que não tem culpa e que nem o seu sacrifício consegue reduzir. 

Sim, o povo percebe melhor em cada dia, que por muito que os índices económicos mostrem ridículas e insignificantes, mas exponencialmente propagandeadas melhoras, a degradação da qualidade de vida de uma grande maioria do nosso colectivo há-de acentuar-se e cada vez mais se há-de sentir como lixo.

Sim, o povo sabe que até chegarem, eventualmente, novas alegrias do Brasil, trazidas pelo tão vilipendiado futebol, terá de continuar a viver a amargura da realidade, imposta por quem nunca perceberá o significado do bem-estar e da felicidade colectivas!...

Até breve

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