segunda-feira, 13 de maio de 2013

O poder da direita e as gaifanas da esquerda !...

Fonte: Expresso
 


Devagar, muito devagarinho, os portugueses vão lavando a cabeça, vão retirando a cera dos ouvidos e descobrindo por si sós o significado das gaifanas que há muitos séculos deixaram crescer nos olhos.
 
Mas continua a ser confrangedor constatar esse sacramental "defeito oftalmológico" que desde as eleições para a Constituinte de 1976, assiste às lideranças dos partidos de esquerda em Portugal. 
 
O povo português, quase há 40 anos, vem expressando o seu inequívoco sentido de voto. Mas os "donos" dos seus votos, cobertos os seus olhos das "gaifanas" de um provincianismo atroz, portadores de um egocêntrico culto do próprio umbigo e assumindo uma estúpida defesa de capelinhas próprias da sua menoridade, vem entregando ciclicamente o poder a uma direita ultra liberal, retrógada e sem a mínima perspectiva ou preocupação sobre o desejo colectivo e os horizontes do povo a que pertence. 
 
Este povo tantas vezes acusado de "ter aquilo que merece", não merece de uma esquerda a quem sistematicamente entrega o seu voto, a cegueira e a frieza de tratamento com que a mesma depois o premeia. Os partidos Socialista e Comunista, primeiro acolitados por um MDP insipiente e sempre indefinido e hoje por um Bloco de Esquerda eternamente perdido entre sua contradição ideológica e uma praxis protestante que rigorosamente a nada conduz, sempre têm esquecido o povo que neles tem confiado e teimam em não saber encontrar as pontes que escorraçariam para sempre esta abominável direita do poder.
 
O povo português jamais compreenderá o porquê de ter de suportar a "bota estúpida, presunçosa e ditatorial" da "esfíngica figura" plantada em Belém por uma ridícula percentagem de votos, conjugada com a dispersão de toda uma esquerda entretida a olhar para vários umbigos e que parece nunca mais compreender que só a união despacharia para o Algarve a "água inquinada do poço de Boliqueime"!
 
Esta desgraçada e lusa gente, jamais compreenderá como podem duas forças políticas que, hoje por hoje, apenas deterão um ridícula percentagem de 34,3% das intenções de voto, continuar a governar e a destruir um povo, contra quase 57% que as sondagens apontam a toda a esquerda no seu conjunto.
 
A esquerda portuguesa é a verdadeira culpada da desgraça que se vai abatendo sobre um povo que sempre lhe manifestou o seu apoio inequívoco. A esquerda portuguesa e em particular as lideranças dos três partidos que a constituem, com o seu egoísmo clientelar e sem capacidade para distinguir o essencial do acessório, persiste na plácida aceitação de um rumo, que uma pretensa maioria constituída por um louco vaidoso, presunçoso e inconsistente chefe de estado  e umas dúzias de ultra liberais incompetentes que pouco mais representam que a si próprios, vai impondo a todo um povo amargurado e revoltado.
 
Até breve

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