Se eu fosse escocês...
... estaria dividido no referendo de hoje: o coração a puxar para o sim, a cabeça a chamar pelo não. No final, provavelmente votaria não, embora com o coração partido, e com a esperança de que, caso o não prevaleça, Londres perceba que a única maneira de manter politicamente coeso um país plurinacional é pela descentralização e pela autonomia política e, em última análise, por uma solução federal.
Dito isto, há que prestar um tributo ao modo pacífico e democraticamente civilizado como a questão da separação, ou não, da Escócia foi assumida e resolvida pelo Governo britânico. Historicamente, desde a guerra civil americana ao Sudão do Sul, passando pelo Kosovo e muitas outros casos de secessão, estas questões não costumam ser resolvidas pela contagem dos votos mas sim pela contagem das vítimas em conflitos sangrentos...
(Vital Moreira, en Causa Nossa)
(Vital Moreira, en Causa Nossa)
Pois que me perdoe Vital Moreira e quantos possam pensar como ele, mas eu votaria sempre e incondicionalmente com... O CORAÇÃO!...
E nunca serei capaz de prestar qualquer tributo ao Governo britânico! Fez apenas o que as actuais circunstâncias lhe exigiram, ou melhor dizendo, não fez o que desejaria, porque a Europa de hoje nunca lho permitiria! Hipocrita, pacifica e até democraticamente, porque não teve escapatória! Mas nunca esquecerei a campanha nojenta do 1º ministro britãnico! Se a ameaçadora chantagem que verteu ao longo das últimas semanas é democrática, então também eu vivo num país democrático...
E acreditar que com a vitória do não, Londres vai perceber "que a única maneira de manter politicamente coeso um país plurinacional é pela descentralização e pela autonomia política e, em última análise, por uma solução federal", penso que apenas acreditará, quem tiver andado distraído no último meio século!...
Se o sim triunfar, a Escócia deixará de ser um país pobre e os súbditos de Sua Majestade, terão de trabalhar, coisa de que, desde os tempos coloniais, já se terão esquecido. Se for o não a vencer, Edimburgo permanecerá como o parente pobre de Londres, que continuará a abarrotar com camiões de "petro-dólares" vindos da Escócia.
Mais logo saberemos!...
Até breve
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