O Posto de Comando (PC) do Movimento das Forças Armadas (MFA) está reunido no Regimento de Engenharia n.º1 na Pontinha, em Lisboa. Entre os seus elementos, encontra-se o major Otelo Saraiva de Carvalho.
À noite de quarta-feira, ouve-se nos Emissores Associados de Lisboa a canção E Depois do Adeus, de Paulo de Carvalho: a senha da Operação Fim-Regime.
Depois de um corte de energia, soa na rádio Renascença Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso, que confirma que as operações militares estão em curso.
Começam a ser cumpridas as missões militares, com as primeiras ocupações. O Quartel-General da Região Militar de Lisboa é ocupado por uma companhia do Batalhão de Caçadores 5, uma força da Escola Prática de Infantaria dirige-se ao Aeroporto e companhias de Caçadores ocupam o Rádio Clube Português.
É estabelecido o Posto de Comando no Norte, no Quartel General da Região Militar do Norte, pelo tenente-coronel Carlos Azeredo, os majores Corvacho e Albuquerque, o capitão Boaventura Ferreira e o alferes Barbosa.
Sai de Santarém a coluna da Escola Prática de Cavalaria de Santarém rumo a Lisboa, para controlar os acessos ao Banco de Portugal, Terreiro do Paço e Companhia Portuguesa Rádio Marconi.
A RTP é ocupada por elementos da Escola Prática de Administração Militar sem resistência, como confirmado pelo capitão Teófilo Bento ao Posto de Comando: “Acabamos de ocupar MÓNACO sem incidentes.”
O aeroporto de Lisboa (nome de código: NOVA IORQUE) é ocupado por uma coluna da Escola Prática de Infantaria e o espaço aéreo português passa a estar interdito, sendo o tráfego aéreo desviado para Madrid e Las Palmas.
É transmitido o primeiro comunicado do MFA, pela voz de Joaquim Furtado. Apela-se aos habitantes de Lisboa que recolham a casa e aos profissionais de saúde, é pedido que acorram aos hospitais.
A coluna da Escola Prática de Cavalaria chega ao Terreiro do Paço, em Lisboa, e Salgueiro Maia, que a comandava, transmite: “Informo que ocupámos TOLEDO (Terreiro do Paço), BRUXELAS (Banco de Portugal) e VIENA (Rádio Marconi).”
Marcello Caetano, presidente do Conselho de Ministros, refugia-se no Quartel da GNR no Largo do Carmo.
A partir do Regimento de Cavalaria 7, é lançada a contraofensiva organizada pelo brigadeiro Junqueira dos Reis, rumo ao Terreiro do Paço. A esta, junta-se uma força da GNR que estaciona no Campo das Cebolas.
Falha a ordem de fogo contra Salgueiro Maia dada pelo brigadeiro Junqueira dos Reis, que se vê obrigado a dirigir-se para a rua do Arsenal. Aqui, Junqueira dos Reis ordena disparos contra o tenente Assunção, não é obedecido e agride o tenente, que faz continência e se retira.
Salgueiro Maia segue para o Largo do Carmo, onde se encontra Marcello Caetano, sendo apoiado por milhares de pessoas que acompanhavam a Revolução. Chega ao local às 12h30, devido à subida difícil dos blindados.
Através de megafone, Salgueiro Maia dá um prazo de 10 minutos para a rendição do Quartel do Carmo. Tal não acontece e são disparadas rajadas de Chaimite contra o edifício.
Pedro Feytor Pinto, diretor dos Serviços de Informação e Nuno Távora, secretário de Pedro Pinto (secretário de Estado da Informação e Turismo) entram no Quartel do Carmo com uma credencial do general Spínola para dialogar com Marcello Caetano.
Marcello Caetano decide render-se: “Assim o poder não cai na rua”, considera. Minutos depois, Salgueiro Maia vai falar com o presidente do Conselho, que lhe confirma a rendição e pede a intervenção do general Spínola.
Depois de Spínola receber a sua rendição, Marcelo Caetano entra na chaimite Bula acompanhado de ex-ministros. Já sabe que irá seguir para o Funchal.
Agentes da PIDE/DGS abrem fogo sobre as pessoas que cercavam a sede na rua António Maria Cardoso. Quatro pessoas – Fernando Giesteira, João Arruda, Fernando Reis e José Barneto – morrem e registam-se ainda 45 feridos.
O general Spínola, ao lado dos outros elementos da Junta de Salvação Nacional, lê nos estúdios da RTP a proclamação em que frisa o “triunfo do movimento em boa hora levado a cabo pela sobrevivência e bem-estar do povo português”.
Texto:Leonor Riso
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O carvo não é um guarda-chuva!...
25 DE ABRIL SEMPRE
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