Este é o celebrado e tão pouco divulgado FMI, onde o génio de José Mário Branco foi capaz de misturar, em arrepiante e dolorosa torrente de palavras, a sua situação pessoal – no desemprego e votado ao ostracismo, por ser um heterodoxo, de enquadramento partidário quase impossível – com a conjuntura do País e do Mundo. Necessariamente imperdível, numa interpretação que ultrapassa em excelência e dor tudo o que de mais intenso foi gravado pelos maiores cantautores universais. Provavelmente nem Léo Ferré, nem Jim Morrison, ninguém. Próximo em intensidade, talvez apenas o inesquecível tema 'Proibído', que Caetano Veloso interpretou ao vivo para mais de 12 mil pessoas estupefactas, no Maracanãzinho, em plena ditadura militar brasileira. Branco e Caetano, ambos terão atingido o 'everest' da emoção na 'pátria' de Camões e Pessoa, a que Saramago, em corajosos e desempoeirados golpes de machado e de verdade, talvez tenha dado uma nova, insuspeita, adequada e muito nossa dimensão...
Vale pena revisitar a obra prima de Zé Mário: FMI!...
Até Breve
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