Sondagem: PS muito perto da maioria absoluta, já vale o dobro do PSD
Sondagem da Pitagórica para o JN e TSF mostra PSD com 21.6% das intenções de voto, metade do PS, e BE sólido no terceiro lugar (9,2%).
De acordo com uma sondagem da Pitagórica para o JN e TSF, realizada a 22 de Julho, os socialistas estarão a um pequeno passo da maioria absoluta nas legislativas de Outubro. Se as eleições fossem agora, o PS de António Costa teria 43,2% dos votos, e ficaria a uma distância significativa do segundo partido mais votado, o PSD, que se cingiria a praticamente metade do PS.
A dois meses das eleiçoes e numa altura em que António Costa tem reforçado a intenção de reeditar os acordos da “geringonça”, ao mesmo tempo que consegue aprovar no Parlamento uma alteração à legislação laboral com o apoio da direita, a tendência do PS tem sido de crescimento galopante nas intenções de voto: tem hoje mais três pontos do que na sondagem de Maio, mais seis do que na de Abril e mais 11 do que nas legislativas de 2015.Tendência inversa acontece com o PSD, que vale hoje menos 11 pontos do que nas legislativas de 2015, altura em que, aliado ao CDS, foi a força política mais votada, apesar de não ter conseguido formar governo. Em terceiro lugar na sondagem aparece o Bloco de Esquerda, com 9,2% dos votos, e a CDU sobe três décimas face à última sondagem, registando agora 6,8% dos votos. Imediatamente abaixo vem o CDS de Assunção Cristas, com 6%, seguido do PAN com 3,6% e depois o Aliança de Santana Lopes, com 1,2%.
Deixámos por aqui há um mês a convicção, face à imparável progressão do PS que já então se notava, de que estaria próximo o fim da "geringonça". Entretanto António Costa, ao invés de cantar vitória e revelando-se como um dos políticos mais lúcidos, inteligentes e pragmáticas desta nova geração de políticos europeus, veio reforçar a intenção de viabilizar uma "nova geringonça", reeditando os acordos conseguidos há quatro anos com a Esquerda, pesem embora acordos pontuais com outras forças, que a Esquerda com quem tem percorrido este árduo caminho, nunca lhe poderia garantir. Tratar-se-à tão só de, salvaguardando e respeitando a identidade dos partidos que à esquerda lhe garantem a governação e constituirão a "linha Maginot" do melhor e mais consistente projecto político europeu, a larga distância de todos os pretenso e falhados arremedos que por essa Europa fora têm sido tentados, prosseguir uma filosofia, socialista, social-democrata ou seja o que entenda cada um do vasto enxame de analistas que por cá vamos tendo, no sentido de num modo firme e sem roturas com o que quer que seja, ir conseguindo retirar este pobre e desgraçado país das trevas em que vinha vivendo desde a madrugada libertadora de 25 de Abril.
Com os seus reconhecidos defeitos e virtudes, aliás inerentes aos vícios e predicados da 'multidão' que a compõe, a "geringonça" constituirá, segundo a minha pobre e despretensiosa visão, dentro de menos tempo do que muitos julgarão, o novo 'descobrimento' que Portugal oferecerá à Europa e ao mundo...
Como militante comunista que fui durante largos anos, décadas, e deixei de ser por falta de paciência em esperar pela actualização do "software" da Soeiro Pereira Gomes, o meu voto de 'homem de esquerda' transitou naturalmente para o PS. Mas os desafios que, hoje por hoje, se colocam à sociedade portuguesa, começam-me a aconselhar um redobrar de cautelas sobre o sentido do voto que, como sempre desde há 45 anos, irei depositar nas urnas em Outubro. Um voto de esquerda?! Nunca na minha vida terei dúvidas! Mas receio uma maioria absoluta do PS: o poder absoluto corrompe! Entre baias até os cavalos selvagens são civilizados! Está nas nossas mãos impedir a 'picada do escorpião'!...
Como nos ensinou Eduardo Galeano, "A utopia está lá, no horizonte. Se me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Se caminhar dez passos o horizonte correrá dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei. Para que serve então a utopia? Serva para isso: para que não deixe de caminhar"...
O que eu quero é vida longa para a "geringonça"!...
Até breve
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