Dentro de poucos dias completar-se-ão três anos sobre o dia em que, devidamente acondicionado, me chegou a casa, depois de expedido pelo próprio autor que, juntamente com outras obras suas, havia patrocinado a exposição "Revoluções e Revolucionários" de comemoração do 40º aniversário da Revolução de Abril, levada a cabo pela Câmara Municipal de Marco de Canavezes.
Arrebatadamente apaixonado pela obra, tinha lamentado alguns dias antes, com tristeza e perante o autor e meu amigo "facebookiano", a minha mais do que provável incapacidade financeira para a sua aquisição. Olhe que não, amigo, olhe que não! Então, como assim? E do outro lado veio o preço. Em números tão redondinhos e atraentes, embora um pouco acima da "uva mijona", que fechei os olhos e lhe retorqui: o quadro é meu! Será concerteza, bastará que a minha conta bancária mo confirme em três dias! Claro que a decisão estava tomada e a conta confirmou. E passada uma semana a história terminou como acima a iniciei...
Sempre que me assaltam os medos e os ventos do regresso àqueles 28 anos que passei em ditadura, sento-me em frente a esta obra que me envaidece e faz estremecer por dentro e deixo escorrer pela face lágrimas irmãs daquelas que não fui capaz de conter durante aquele dia de há 43 anos, passado inteirinho agarrado ao televisor!...
O título continua a ser aquele que Marinho Neves escolheu e no qual, apesar dos meus medos e por causa de tantos ventos que por vezes varrem a nossa terra, continuo a acreditar, embora pelo rabo do olho continue de pé atrás...
"O cravo não é um guarda-chuva"!...
Até breve
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