segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Poderá um fã de Karl Marx e Leon Trótsky ser o próximo 1º ministro da Grã-Bretanha?!...



“Nós um dia tivemos um Império, hoje não temos – o que pode ser novidade para alguns dos membros do parlamento, mas eu faço-os saber agora. Então a nossa influência no mundo deve ser para o bem, deve ser para garantir a paz, deve ser para garantir os direitos humanos, a protecção ambiental, a redução das desigualdades mundiais...”
(Jeremy Corbyn, no parlamento britânico)


É quase inacreditável a onda de repúdio e de vaticínios funestos com que os analistas e comentadores cá do burgo - da direita à esquerda envergonhada ou encapotada - receberam a chegada de Jeremy Corbyn à liderança do Partido Trabalhista no Reino Unido, em perfeita e coerente sintonia com Tony Blair, que ergueu a sua voz "autorizada" para o denunciar, ainda antes das primárias britânicas, como o presumível líder de uma caminhada do partido para o precipício, não evitando mesmo assim que acabasse por ser eleito e ser o novo homem forte do Labour.

Jeremy Corbyn, 66 anos, defensor da nacionalização dos caminhos de ferro e do fim da energia nuclear, apresentando-se com um discurso radical que encantou e cativou uma fatia considerável da juventude trabalhista, farta das organizações tradicionais, da Nato, de guerras e de políticas austeritárias, cedo começou a preocupar o "establishment" e acabou por vencer surpreendentemente as eleições para a liderança do Partido Trabalhista.

Apesar do pensamento e do discurso deste homem pouco ou nada diferir daqueles que o Papa Francisco proclama, é tratado, com raras excepções ao nível do mundo lusófono, (LINK 1) e (LINK 2), como um qualquer ditador nazi que transporta a peçonha, a praga terrível que deverá levar o mundo declará-lo como um pária, um proscrito que necessariamente deverá ser eliminado quanto antes.

Inacreditáveis a leviandade das supeições e a terrível marca de excomunhão   que políticos consagrados como António Vitorino e Pedro Santana Lopes se atrevem a lançar, num maniqueismo só ao alcance de quem dorme em paz com a desgraça que envolve este mundo iníquo e civilizacionalmente retrógrado, contra quem apenas comete o crime de pensar com a sua cabeça e desejar contribuir para o melhorar. 

E a questão que hoje se coloca a milhões e milhões que ainda ontem nem sabiam da existência de Jeremy Corbyn, será, provavelmente:

Poderá um fã de Karl Marx e Leon Trótsky ser o próximo primeiro-ministro da Grã-Bretanha?!... (LINK)

Até breve

3 comentários:

  1. Vai tentar remediar o que Tony Blair fez com a sua 3.ª via, rumo à Direita e ao Liberalismo. Se tiver sucesso no Reino Unido, é um novo farol de esperança, neste mundo desolador do salve-se quem puder, da austeridade dos pobres e da capitulação dos países mais pobres , em favor do mundo financeiro, sem princípios, sem regras e sem lei.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Naturalmente espero que o consiga, caríssimo A. Martins. Mas que não espere facilidades do seus detractores, tanto a nível interno, quanto a nível internacional, cujo exemplo paradigmático apontei no texto.

      François Hollande também foi um "farol de esperança" e jaz hoje nas solas dos sapatos de quem acreditou. A Jeremy Corbyn apresenta-se um desafio eventualmente maior ainda. Creio bem que apenas uma força poderá fazer dele o farol de que fala: a juventude britânica!...

      Eliminar
  2. Espero sinceramente que tenha aprendido com o acontecido na Grécia e faça tudo para que o capitalismo sem alma vigente tenha um excelente abanão!

    Amigo, te abraço

    ResponderEliminar