In Diário de Notícias |
Começa bem o ano de 2012!... Não para o desgraçado do povo português que, de degrau em degrau, vai descendo ao poço negro para onde o atira a corja que nos governa. Mas para todos aqueles que se sentam à mesa do poder e muito particularmente, para aqueles que "vivem das migalhas" que "escorrem" da lauta dita, que o povo submissa e asininamente repõe em cada dia, 2012 será, quase pela certa, um ano de glória.
É um fartar vilanagem!... Nos últimos dias, temos vindo a ser informados sobre as dezenas e dezenas de "pobrezinhos" que recolhem as migalhas nas grandes empresas monopolistas estatais e privadas que, de algum modo vivem ou dependem do orçamento de todos. Ontem, anteontem, hoje e amanhã é um correpio desabrido de "pobres" a correr para EDP's, Águas de Portugal e tantas outras, na busca das redentoras sobras.
Em informação e vídeo disponibilizado aqui, podemos compreender porque Eduardo Catroga se empenhou tanto nas negociações com a Troika, concertando a privatização da EDP. Pudera, com um horizonte de 639 mil euros anuais, qualquer um de nós entregaria de mão beijada, uma das empresas mais pujantes e lucrativas do país. Calhou serem os chineses, mas poderiam ter sido os alemães ou os brasileiros, a Catroga isso não tiraria o sono. O que o fez correr e abdicar do folclórico lugar de Ministro das Finanças, foi a perspectiva de um milionário ordenado mensal que ultrapassa os 45 mil euros!... Mas o pobrezinho, questionado sobre o "balúrdio" que vai embolsar, tem a lata de afirmar que tal "insulto" tem um efeito distributivo para as políticas sociais, como pode ser apreciado aqui. Mas a desfaçatez continua, quando, contrariando as disposições legais ditadas pela austeridade, este pobre paroquiano, vai continuar a receber a sua pensão de reforma de 9.600 euros. A lei diz que não poderão ser acumuladas pensões de reforma com honorários provenientes do desempenho de nova actividade profissional pós-reforma. Mas ao nosso Catroga e milhares e milhares de "catrogas" por esse país fora, as míseras reformas hão-de continuar a juntar-se às migalhas das EDP's e similares.
Entretanto, Maria - o nome é obviamente fictício, pois a divulgação do seu nome real poderia causar-lhe os transtornos que sabemos - que vegeta a poucas léguas aqui de casa, com um rancho de filhos e o marido desempregado, viu-se obrigada a aceitar um contrato a prazo, de três meses, para trabalhar na loja mais importante de Aveiro, de um tal senhor que transferiu a sede da sua empresa para a Holanda, cumprindo um horário que vai das 00.00 às 05.00 horas da manhã, sem transporte público ou privado que cubra os quase 5 km que a separam do local de trabalho - vai na pasteleira do homem, coberta de ferrugem, coitada! -, para receber, também migalhas, mas bolorentas e intragáveis, que se cifram nuns humilhantes 2.20 Euros em cada hora.
E o povo a que pertence Maria, continua calmo e de costumes brandos. "No pasa nada" neste desgraçado país! Daqui por três anos, também calma e brandamente, lá irá colocar o "papelinho", à espera que o sol brilhe para todos nós! Porca miséria!!!...
Até breve
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