domingo, 11 de dezembro de 2011

Ainda há quem persista em ser decente !!!...

Ontem encontrei na minha caixa de correio electrónico, uma mensagem do meu velho amigo Ramiro Ruas, alcobacense de gema e dilecto companheiro de jornadas académicas, militares e profissionais, que me orgulho de contar, desde então e até hoje, no meu restrito círculo de amizades incondicionais. Unem-nos princípios e valores que vão passando de moda, mas que a ambos nos fazem julgar decentes.
E a mensagem que me enviou, fala de decência e eu não fui capaz de conter a emoção com que a li. Primeiro, por esse meu amigo se ter lembrado de mim quando, embora já perdida no tempo, lhe chegou às mãos a dita mensagem e ma reenviou. Depois, porque tive em tempos o privilégio de corresponder, orgulhosamente, ao cumprimento de mão estendida com que o seu protagonista me honrou.
Alguns dias depois de ter sofrido um violento acidente de trabalho, com o braço direito ao peito, não quis deixar de corresponder ao convite amigo e amável de um primo da minha mulher, para estar presente na cerimónia e subsequente almoço do seu casamento. E, após a cerimónia oficial no Registo Civil do Seixal, numa quinta também da margem sul do Tejo e quando todos se preparavam para ocupar os seus lugares de convivas, eis que chegou, quase anonimamente, sem séquito e sem as habituais e constrangedoras mordomias de segurança, um ilustre convidado da noiva, que fez questão de cumprimentar um a um, todos os convidados. Chegado junto de mim, olhando para o meu braço direito engessado, perguntou se eu teria andado à pancada com alguèm, ao que respondi, embaraçado, que não senhor General, que havia sido em trabalho. De imediato, enquanto me dizia que eu mereceria um cumprimento especial, estendeu-me a sua mão esquerda e eu, confuso e sem palavras, correspondi. Esse ilustre e distinto convidado da noiva era o General António dos Santos Ramalho Eanes, que pouco tempo antes terminara o segundo e último mandato como Presidente da República Portuguesa.
Há factos, gestos, pormenores, que marcam a vida de cada um. O General, com a sua quase atroz simplicidade e modéstia, deixou em mim uma admiração que, volvidos quase 25 anos, permanece viva e os circunstancialismos da vida pública portuguesa, apuraram de forma quase mítica.
Quando a mensagem do meu querido amigo Ruas me chegou às "mãos", embora escrita e publicada pelo insigne jornalista e escritor Fernado Dacosta, homem de esquerda muito próximo de Agostinho da Silva e Natália Correia, de saudosa memória, há alguns anos atrás e que poderá ser apreciada em "memóriarecenteeantiga", - blog que não conhecia mas que passou a figurar nos meus preferidos -, o filme foi rebobinado na minha memória, a admiração pelo General Ramalho Eanes saiu reforçada e a certeza de que terá - recusado que foi o bastão de Marechal - preservado um nível de dignidade decisivo para continuarmos a respeitar-nos, a acreditar-nos - condição imprescindível ao futuro dos que persistem em ser decentes, é-me suficiente para erguer a minha cabeça e continuar a olhar de frente e com dignidade crítica, os atropelos a que o Presidente da República em exercício - e outros, e... tantos outros!...-, enleado e enlameado na mais abjecta corja de corrupção de que haverá memória em solo luso, despudoradamente se sujeita.
Decência, é o que 99 em cada 100 políticos portugueses, "corajosamente",  insiste em mostrar desconhecer!!!...

Até breve

6 comentários:

  1. Também recebi este mail e também eu o comentei em família.

    Tempos que já lá vão!

    Será que a Juventude deverá ter que passar de novo pelos quartéis a fim de corrigir erros de educação que a geração de Abril deixou passar por amor mas acima de tudo por excesso de LIBERDADE?

    Questiono-me cada vez mais e não recebo resposta mas que algo urge ser feito, lá isso urge.

    Feliz Natal


    PS - Acho que estou de cabeça perdida. Tanto trabalho para fazer ainda para o Natal e eu aqui a ler os posts atrasados do meu amigo Álamo.

    Fui!!!!

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  2. Penso exactamente como tu, sobre a necessidade premente da juventude actual, fazer uma, ainda que curta, "reciclagem" na estrutura militar.
    Ainda hoje, passados que foram 43 anos sobre a minha passagem pelos Fuzileiros de Vale de Zebro, eu reconheço quanto a disciplina férrea e os "horrores físicos" que suportei com os meus companheiros, foram importantes na minha formação.
    Sobre o tempo que te falta para conseguires cumprir os teus "anseios" de Natal, já pedi ao meu "Oxalá" para te dar mais um "niquinho" e ele nunca me desiludiu. Acredita que vais fazer tudo o que queres. Não te esqueças dos coscurões. que é o que mais aprecio...
    Um beijinho de Boas Festas

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  3. Amigo,

    Os coscorões são feitos pela minha comadre Alentejana que os faz divinamente. A mim, como Transmontana, calham-me as rabanadas que eles todos apreciam.

    Mas nem te passa pela cabeça o que é juntar duas famílias compostas por ascendentes Transmontanos, Alentejanos e Minhotos com seus hábitos e tradições riquíssimos a nível gastronómico.

    Que Deus me ajude a proteger o estômago e outras debilidades físicas após a ingestão de tanto veneno junto mas que tão bem sabe nesta quadra de intimidade familiar.

    Depois te conto

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  4. Olha amiga, a missão do nosso Domingos Paciência foi bem mais difícil: eles eram holandeses, búlgaros, brasileiros, peruanos, chilenos, argentinos, espanhóis... E o homem lá juntou aquilo tudo e repara no Natal que nos está a preparar!...
    Sobre os coscorões, honra para a comadre alentejana. Cá em casa, sou eu que os estendo com o rolo e os corto com aquela rodinha milagrosa. A massa e a fritura é com a cara-metade. O resultado é para todos e chama-se delícia!...
    Deus há-de ajudar-te a proteger o estômago e todas as debilidades físicas e o Menino Jesus há-de abençoar-te e dizer-te baixinho: " para o ano que vem há mais" !...
    Um lindo e feliz Natal para ti

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  5. Obrigada por tudo mano Leão.

    Gostei de saber que não te atrapalhas na cozinha.
    A minha cara-metade adora meter o nariz em tudo o que é gastronomia e devo dizer-te que faz tudo muito bem, excepto doçaria. Ah! esqueci-me que gosta de colocar açúcar e canela nas rabanadas e filhoses.

    Quanto ao estômago ando um pouco melhor devido à dieta.

    Feliz Natal!!!!!!!!
    (vou para a cozinha tratar da abóbora)

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  6. Pelo que me dizes, concluo que ambos tivemos sorte com as respectivas caras metades. Por mim ajudo no que posso, mas a chefe é ela e o "dedo" também é dela. Se a tua faz tudo bem excepto a doçaria, és também uma felizarda. Porque pelo que sinto, "docinhos" é contigo. A tal fábula da panela e do testo. Nem todos podem dizer o mesmo!...
    O meu estômago, desde que a dra. La Salette Matos me indicou o milagre do "esomeprazol" mês sim, mês não, nunca mais me apoquentou. O pior são os "diabretes", mas agora no Natal esqueço isso. Vou picando o dedito e enquanto o resultado não for disparate, vou trincando a felicidade!...
    Estou em pulgas para logo à noite. Não tive dispensa do meu "sargento" para ir a Alvalade, pois o filho chegou do Porto para passar o Natal e o jantar, hoje, é comigo: bacalhau na brasa com batatas a murro!... Mas estou com uma fé muito grande!...
    Tudo bom para ti, minha querida amiga.
    Um beijinho e um Natal tão bonito para ti como desejo para mim.

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