sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Gostaria de ter escrito isto...


Não dá para perceber... 

... o aranzel criado dentro e fora do PS pela alegada gaffe de António Costa num discurso à comunidade chinesa residente no país.

Por um lado, seria uma irresponsabilidade política não admitir que "o país está diferente", para melhor, em termos económicos e financeiros, em consequência do programa de assistência externa (incluindo com a contribuição do investimento estrangeiro chinês); por outro lado, reconhecer isso em nada coonesta os enormes custos sociais para o País do programa de ajustamento, tal como executado pelo Governo (mais pobreza, mais desigualdade, mais desemprego. mais emigração).

Adenda
É de lamentar a saída de Alfredo Barroso por causa disto. Mas, na verdade, a decisão não surpreende, pois era notória há muito a sua desafeição em relação ao PS e a sua aproximação ao BE. Por experiência própria (há muitos anos...), penso que quando saem de um partido onde militaram muitos anos as pessoas não o fazem de ânimo leve, nem "de cabeça quente"; há muito encaravam essa possibilidade, só precisando de uma boa oportunidade para a concretizar...

Subscrevo inteiramente a corajosa opinião de Vital Moreira, quando o silêncio seria mais cómodo e politicamente correcto, sobre a alegada gaffe de António Costa, que mais não será que o reflexo da sua honestidade política, espécie há muito condenada à extinção na cena política portuguesa.

António Costa apenas afirmou o óbvio, perante uma plateia que dificilmente lhe toleraria quaisquer tiradas demagógicas e eleitoralistas. Foi inteligente e sério, gesto que, obviamente, não poderia ter correspondência por parte da pequenez dos seus adversários políticos, cegos pelas luzes da ribalta de uma campanha eleitoral que há muito declararam aberta e sem cuidar de curar a ferida que Vital Moreira aponta, essa sim, da sua inteira responsabilidade.

E mais subscrevo ainda, a matéria que Vital Moreira trata em adenda. E também por experiência própria, exactamente há tantos anos como o sucedido com ele. Quando se abraça uma causa duarante tantos anos, nunca é de ânimo leve, nem de "cabeça quente", que se abandona a "trincheira"! E acrescentaria que se trata de um "parto muito difícil", para quem tem o seu pensamento e concepção de mundo, bem arrumadinhos na cabeça.

E sim, a ideia e a possibilidade convivem durante longo tempo connosco, "só precisando de uma boa oportunidade para as concretizar"!...

Até breve

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