quarta-feira, 28 de maio de 2014

Eu esperei... E acorda Portugal !...



Eu esperei...

Eu esperei
Mas o dia não se fez melhor
Mas o sujo não se quis limpar
Inventou mais flores em meu redor
Como se eu não fosse olhar
Enfeitou as ruas para cobrir
Terra seca de não semear
Deram-me água turva de beber
Dizem cura e força e solução
Como se eu não fosse olhar

Eu esperei
Mas o fumo não saiu da estrada
Arde o sonho em troca de nada
Dizem festa mas é solidão
Como se eu não fosse olhar
A mentira não se fez verdade
A justiça não se fez mulher
A revolta não se faz vontade
Braços novos sem educação
Sangue velho chora de saudade

Eu esperei
Dizem luta mas não há destino
Dão-me luzes mas não é caminho
Dizem corre mas não é batalha
Como quem não quer mudar
Esta corda não nos sai das mãos
Esta lama não nos sai do chão
Esta venda não deixa alcançar.
Cantam "armas" mas não é amor
Mão no peito mas não é amar
Cavaleiro mas sem lealdade
 Fato justo mas já sem moral
Braços sujos que se vão esconder
Braços fracos não são de lutar
Braços baixos não se querem ver
Como se eu não fosse olhar

Eu esperei
Pelo tempo transparente em nós
Pelo fruto puro de colher
Pela força feita de alegria
Mas o povo dorme de ilusão
E a tristeza é forma de sinal
Liberdade pode ser prisão
Meu Deus livra-nos do mal
E acorda Portugal...
E acorda Portugal...
E acorda Portugal...
E acorda Portugal...


Até breve

2 comentários:

  1. Também digo: Se não acordar-mos, esta letargia que nos invade, pode ser fatal.

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    1. Será bom que acordemos amigo João Manuel, para que não tenhamos que beber um dia o cálice amargo da culpa e do arrependimento! Nem que nos custe muito abandonar o conforto e a comodidade...

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